terça-feira, 3 de agosto de 2021

1º a 31/08/2021



1º - Dia de Pachamama

Dia da Pachamama é festejado em vários pontos da América do sul, onde a Mãe Terra é comemorada com os tradicionais rituais, cerimônias, dança, música e refeições especiais. O Dia de Pachamama é uma celebração oriunda da mitologia Inca e é um dos mais tradicionais feriados nacionais na Argentina, no Chile, na Bolívia e no Peru.

A sua simbologia está presente em meio aos homens, não apenas por meio do solo ou da terra geologicamente falando, mas em toda a totalidade que a terra pode representar; provendo a vida, o sustento, a assistência e tudo o que for necessário para manter o mundo em harmonia.

Além de seu papel como a divindade ligada à terra e à fertilidade, Pachamama representa o sentido da vida, o nascimento, a maternidade e a proteção da Terra e de seus filhos que nela habitam. Outra vertente muito difundida vem da origem quéchua, que deu nome à divindade, pela qual mama refere-se à figura da maternidade e pacha abrange conceitos como o tempo e o espaço, a terra, o divino e o sagrado.

Ilustração Mani Ceiba

1º - Dia Mundial da Amamentação 

O Dia Mundial da Amamentação é comemorado em 1º de agosto, data escolhida pela Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (World Alliance for Breastfeeding Action – Waba) em evento realizado na cidade de Nova Iorque, em 1991.

Inicialmente, a data visava a comemorar a Declaração de Innocenti, que trata da necessidade do aleitamento materno no combate à mortalidade infantil, aprovada em 1 de agosto de 1990 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em 1992, foi criada a Semana Mundial do Aleitamento Materno (Sman), de 1 a 7 de agosto, também pela Waba, para estimular a conscientização sobre a amamentação.

No Brasil, o Ministério da Saúde promove a campanha desde 1999, com temas voltados para o aleitamento, a distribuição de materiais informativos, o apoio às secretarias de saúde, a organizações não governamentais, a hospitais, entre outros.

A importância da campanha – A OMS recomenda que até os primeiros 6 meses de vida, a criança deve ser alimentada exclusivamente com leite materno. Entretanto, segundo dados do Unicef, apenas 4 entre 10 bebês no mundo têm a alimentação conduzida dessa forma.

A campanha busca ainda fortalecer a doação para os bancos de leite, auxiliando as crianças que não puderam receber o leite de suas mães. No Brasil, por exemplo, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH–BR) promove a distribuição de leite para recém-nascidos abaixo do peso e que estão internados em unidades neonatais.

Neste mês, é realizada a campanha Agosto Dourado para conscientização sobre a importância do aleitamento.

Os benefícios da amamentação – A amamentação é importante porque, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho, promove o desenvolvimento da criança nos seis primeiros meses de vida, sendo capaz de suprir suas necessidades nutricionais.

Por meio dela, é possível garantir o desenvolvimento do cérebro, da defesa do organismo, além de diminuir o risco de doenças, como obesidade e diabetes. Há benefícios também para a saúde da mulher que amamenta, pois reduz o risco de câncer de mama e ovário.


 5 – Dia Nacional da Saúde  

O dia 5 de agosto foi escolhido para celebrar o Dia Nacional da Saúde por ser a data de nascimento do sanitarista Oswaldo da Cruz, um importante personagem na história do combate e erradicação das epidemias da peste, febre amarela e varíola no Brasil, no começo do século XX.

Oswaldo da Cruz nasceu em 5 de agosto de 1872 e foi responsável pela criação do Instituto Soroterápico Federal (atualmente conhecido como Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz) e da fundação da Academia Brasileira de Ciências.

A data tem o objetivo de conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância da educação sanitária, despertando na população o valor da saúde e dos cuidados para com ela.

Em tempos de pandemia e de propagação de desinformação a respeito do tratamento e prevenção da Covid 19, o Pavio Curto defende o SUS e a valorização das ações respaldadas pela ciência e a massificação da vacina. 

"A gente quer é ter muita saúde. A gente quer viver a liberdade. A gente quer viver felicidade..." (Gonzaguinha)


8 - Dia do Orgasmo Feminino

Ilustração Mani Ceiba

Realizado em 8 de agosto, desde 2006, o Dia Nacional do Orgasmo Feminino é uma festa que nasceu na cidade de Esperantina (PI). Tudo se deve a um então vereador que, ao se interessar por um estudo feito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), descobriu que 28% das mulheres daquela região não conseguiam atingir o orgasmo.

Por muito tempo, o tema da sexualidade feminina tornou-se um tabu social. Por isso, muitas dessas brasileiras e tantas outras no mundo nunca tiveram orgasmo durante suas relações sexuais.

Em muitos casos o homem está apenas focado no próprio prazer e esquece sua parceira. Também há a falta de autoconhecimento das mulheres sobre o seu corpo e o que lhes dá prazer. Com o tempo e graças também às redes sociais, o Dia Nacional do Orgasmo Feminino se popularizou e atualmente é uma data que levanta discussões necessárias sobre o tema. E vamos comemorar!

9 - Dia Internacional dos Povos Indígenas

Ilustração Mani Ceiba


O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 23 de dezembro de 1994, por meio da Resolução 49/214.

Em 2007, comemorando a segunda década internacional dos indígenas, foi aprovada a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

Os principais propósitos desta data são a conscientização da inclusão dos povos indígenas na sociedade, alertando para seus direitos, pois muitas vezes são marginalizados ou excluídos da cidadania; e garantir a preservação da cultura tradicional de cada povo como fonte primordial de sua identidade. 

O Dia Internacional dos Povos Indígenas ainda presta homenagem a todas as contribuições culturais e sabedorias milenares que esses povos transmitiram para as mais diversas civilizações no mundo.


 9, 1995 – Morte de Florestan Fernandes 

Ilustração Cacinho

Considerado o mais importante sociólogo do Brasil, Florestan Fernandes soube como poucos aliar seu trabalho intelectual a uma prática política intransigente na defesa do socialismo. Filho de uma imigrante portuguesa analfabeta, morou com a mãe em sombrios quartos de empregados, em pensões e em qualquer canto onde houvesse um lugar para um cobertor ou travesseiro. 

Sua produção acadêmica é constituída de obras fundamentais tanto na sociologia como na antropologia e era resultado de estudos científicos rigorosos, rompendo com o bacharelismo então vigente nas universidades do país. Por esta razão, é considerado um dos criadores da moderna sociologia brasileira.

“Feita a revolução nas escolas, o povo a fará nas ruas, embora essa vinculação não seja necessária. Na China, em Cuba, na Rússia, sem passar pela escola, o povo fez a revolução nas ruas. Mas, em um país como o Brasil, é necessário criar um mínimo de espírito crítico generalizado, cidadania universal e desejo coletivo de mudança radical para se ter a utopia de construir uma sociedade nova que poderá terminar no socialismo reformista ou no socialismo revolucionário. Eu prefiro a última alternativa.”  Florestan Fernandes 


9, 1995 – Massacre de Corumbiara

Na madrugada de 9 de agosto de 1995, um contingente de 300 policiais do Comando de Operações Especiais de Rondônia investiu conta as 500 famílias de sem-terra que haviam ocupado a fazenda Santa Elina, em Corumbiara. O saldo final foi de dez sem-terra mortos, inclusive uma menina de sete anos, e dois policiais, além de 64 feridos, em uma chacina que chocou o país e teve repercussão internacional. 

O massacre de Corumbiara levou Rondônia e o Brasil a responderem na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação do direito à vida e dos direitos humanos. O estado recebeu uma série de recomendações, como para realizar pagamento de indenizações às vítimas.


Ilustração Cacinho

9, 1997  – Morte de Betinho 


Ilustração Cacinho

Casado com Maria Nakano e pais de dois filhos, Herbert de Souza, o Betinho, lutou contra a ditadura militar até na clandestinidade e usou perucas e bigodes falsos para fugir da polícia. Integrou a Ação Popular (AP) e trabalhou numa fábrica de papelão onde as péssimas condições de trabalho poderiam ter sido fatais, já que sua hemofilia impedia a coagulação do sangue de qualquer ferimento. Esteve exilado no Canadá onde obteve seu título de mestre como sociólogo. 

Betinho se transformou na bela e frágil imagem da esperança ao empreender uma campanha para despertar no povo a necessidade de tomar parte ativa no seu próprio destino. Infelizmente ele não conseguiu suportar mais uma transfusão de sangue contaminado e morreu aos 61 anos em sua casa, no Rio. 

Em 1981 fundou o Ibase, que se tornou uma das respeitadas ONGs do país ao criar a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, da qual Betinho era o principal articulador.  A campanha foi lançada em abril de 1992 com uma proposta de arrecadar alimentos para famílias carentes. Ele então passou a defender a criação de pequenos comitês para planejar e executar ações de solidariedade, que poderiam ir desde a distribuição de sopa até a organização de lavouras comunitárias.  

O legado de Betinho permanece no Ibase e em diversas iniciativas de solidariedade, como a Ação da Cidadania e o Natal sem fome.


11 – Dia do Estudante 

No dia 11 de agosto de 1827, os estudantes de Direito conquistaram sua Universidade no Brasil. A partir dessa data, não precisavam mais ir a Portugal ou França para estudar. Como símbolo da emancipação universitária brasileira, essa data passou a ser comemorada como o Dia do Estudante. A continuidade dessa luta tem sua expressão na criação da União Nacional dos Estudantes, a UNE, em 11 de agosto de 1937, que teve participação ativa nas lutas pela democracia, em especial no combate à ditadura militar instaurada a partir do golpe de 1964. 

É importante o fortalecimento das entidades estudantis, grêmios livres, diretórios e centros acadêmicos e coletivos de juventude. E dessa forma, os estudantes ocuparem seu espaço nas lutas em defesa do ensino público e gratuito em todos os níveis e na garantia de uma educação de qualidade.

“A pessoa mediante a educação se supera. E quando essa educação se realiza com um espírito coletivo, quando a vigilância revolucionária de todos ajuda no desenvolvimento da consciência de todos, o salto pode ser gigantesco. Temos que enfrentá-lo sem medo e sem que nenhum fracasso transitório consiga nos tirar o ânimo.” Che Guevara 

 


Ilustração Cacinho

12 – Dia Nacional dos Direitos Humanos

Pela vida e pelo legado de Margarida Alves

Instituído em 2012, a partir do projeto de lei da deputada Rose de Freitas, sancionado pela então presidenta Dilma Rousseff, o Dia Nacional dos Direitos Humanos é celebrado em 12 de agosto em homenagem à líder sindical Margarida Maria Alves. Nessa data, no ano de 1983, Margarida foi assassinada, aos 50 anos, por um matador de aluguel a mando de latifundiários, em frente a sua casa e na presença de seu marido e de seu filho de 8 anos.

Nascida em 1933, no município de Alagoa Grande, na Paraíba, Margarida foi a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, em 1972, em plena ditadura militar. Enfrentou os usineiros que dominavam a região na luta por direitos para camponeses e camponesas como carteira assinada, décimo terceiro salário e férias, pelo fim do trabalho infantil. Além disso, foi grande incentivadora da educação e dos direitos das mulheres. Durante os 12 anos em que ficou à frente do sindicato, moveu centenas de ações trabalhistas contra as usinas de cana-de-açúcar da região e fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, como uma das formas de combate ao analfabetismo. Por sua luta, recebeu diversas ameaças de morte, diante das quais disse sua famosa frase “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, que hoje está pintada na fachada de sua antiga casa, transformada em museu.

Em memória de Margarida, foi criada no ano 2000 a “Marcha das Margaridas”, uma manifestação que reúne milhares de mulheres camponesas de diversas regiões do país em Brasília e é considerada o maior movimento de mulheres trabalhadoras da América Latina. A marcha é organizada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), federações estaduais e sindicatos rurais. Além de contar com o apoio de movimentos feministas e organizações da sociedade civil. 

Em julho de 2016, a Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, aprovou o pedido de reparação em nome de Margarida, que se tornou anistiada política post mortem.

Fonte: apub.org.br

12 - Dia Nacional das Artes

O Dia Nacional das Artes surgiu a partir do Decreto nº 82.385, de 5 de outubro de 1978, e a partir da Lei nº 6.533, de 24 de maio de 1978.

O Dia Nacional das Artes é comemorado anualmente em 12 de agosto.

A data celebra as atividades artísticas, que podem abranger diversas áreas. De acordo com a legislação brasileira, o artista é o profissional que "cria, interpreta ou executa obra de caráter cultural de qualquer natureza, para efeito de exibição ou divulgação pública”. O artista usa de toda a sua imaginação, criatividade e talento para emocionar, chocar ou mesmo registrar momentos importantes da história da humanidade. A arte nasceu com o homem e permanecerá após a sua morte.


13, 1926 – Nascimento de Fidel Castro

Ilustração Cacinho


Fidel Castro nasceu em 13 de agosto de 1926 na fazenda Las Manacas, em Birán, de propriedade de seu pai, Ángel Castro y Argiz, um produtor de cana-de-açúcar. Fidel viveu ali até os seis anos, quando foi para um colégio interno.

Em 1945 começou a estudar Direito, e teve seu primeiro contato com o Movimento Estudantil. No ano seguinte fez um discurso público contra a corrupção e a violência do governo do presidente Ramon Grau, que foi replicado em vários jornais na primeira página.

Foi também opositor ferrenho ao golpe, em 10 de março de 1952, do ditador Fulgêncio Batista e em 26 de julho do ano seguinte liderou um ataque ao Quartel Moncada.

Fidel foi preso, mas a semente para a criação do Movimento Revolucionário 26 de Julho, o M26 estava lançada.

Em seu julgamento ele fez um discurso de auto defesa que intitulou ‘A história me absolverá’, que virou um panfleto libertário no ano seguinte. Mais tarde foi editado inúmeras vezes, inclusive em vários idiomas.

Fidel foi anistiado, graças à pressão popular promovida pelo M26. Viajou para os EUA e depois México de onde em 1956 partiu com vários revolucionários a bordo do Iate Granma, para Cuba, onde se instalaram na Sierra Maestra e começaram os combates que os levaram a vitória sobre o exército cubano em 1º de janeiro de 1959.

Depois de se declarar socialista e marxista-leninista levou Cuba a abandonar as ideologias capitalistas e imperialistas e junto com Che Guevara, buscou transformar a ilha numa país com ideais socialistas, com avanços na educação, na saúde e na reforma agrária.

Fidel liderou Cuba até 2008, quando anunciou que não aceitaria e nem aspiraria mais o cargo de chefe de Estado e o eleito foi então seu irmão Raul Castro. 

Em 25 de novembro de 2016, Fidel Castro morreu aos 90 anos.


26 - Dia Internacional da Igualdade Feminina

Ilustração Mani Ceiba

Uma luta histórica, a busca das mulheres pelo acesso a direitos civis, condições igualitárias de trabalho e representatividade política permanece sendo uma pauta atual. Definido como o Dia Internacional da Igualdade Feminina, 26 de agosto é uma data que reforça a necessidade de debate e de ações efetivas para o alcance da equidade nas mais diferentes esferas da sociedade.
O mercado de trabalho, um dos âmbitos em que há maiores desigualdades de gênero, ainda reflete a tardia inserção feminina. No Brasil, apenas há 58 anos as mulheres conquistaram o pleno direito, perante a lei, de exercer uma profissão. A vitória, em 1962, ocorreu com a revogação do inciso VII do Artigo 242 do Código Civil Brasileiro de 1916 – em que o trabalho feminino estava sujeito à autorização do marido.
Estudos apontam que, apesar das conquistas observadas nas últimas décadas, tanto em termos de direitos políticos quanto da crescente participação das mulheres no mercado de trabalho, desigualdades de gênero ainda persistem em vários aspectos da vida social, sendo o econômico talvez um dos mais visíveis. Nesse contexto, estão fenômenos como as diferenças salariais entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções; a segregação sexual no mercado de trabalho; a inserção feminina em empregos mais precários; além da sobrecarga nos trabalhos domésticos.



28, 1979 – Anistia Política no Brasil 

A Lei da Anistia, no Brasil, é a denominação popular dada à lei n° 6.683, sancionada pelo general João Batista Figueiredo em 28 de agosto de 1979, após uma ampla mobilização social, ainda durante a ditadura militar.

Na primeira metade dos anos 1970, surgiu o Movimento Feminino pela Anistia, liderado por Therezinha Zerbini. Em 1978 foi criado, no Rio de Janeiro, o Comitê Brasileiro pela Anistia, congregando várias entidades da sociedade civil, com sede na Associação Brasileira de Imprensa. A luta pela anistia aos presos e perseguidos políticos foi protagonizada por estudantes, jornalistas e políticos de oposição. No Brasil e no exterior foram formados comitês que reuniam filhos, mães, esposas e amigos de presos políticos para defender uma anistia ampla, geral e irrestrita a todos os brasileiros exilados no período da repressão política.

A Lei de Anistia proposta pela ditadura militar foi uma das ações mais importantes na estratégia da “abertura”. Ela deveria permitir a volta dos exilados e liberar os presos que não tivessem cometido “crimes de sangue”, fazendo com que o sistema político-partidário os absorvesse. Em seu primeiro artigo, a lei anunciava a anistia aos crimes políticos e o polêmico nexo desses “crimes”, estendendo-a aos crimes correlatos. Isso significava a possibilidade legal de anistiar torturadores e assassinos a serviço das forças de segurança. 

Enquanto, por um lado, os militares, a Advocacia Geral da União e, em 2010, o próprio Supremo Tribunal Federal afirmam que a Lei de Anistia brasileira beneficia também os torturadores e demais agentes da ditadura (anistia "de dupla mão"), por outro lado, vários juristas e setores da sociedade discordam dessa interpretação.  Entidades de defesa dos direitos humanos, familiares de perseguidos políticos e a OAB apoiam a tese de que a Lei de Anistia não beneficiou os "agentes do Estado" que tenham praticado torturas e assassinatos na ditadura militar, afirmando que o texto da lei não diz isso, nem poderia dizer, já que o Brasil é signatário de diversos documentos da Organização das Nações Unidas, segundo os quais a tortura é um crime comum, e imprescritível. 

terça-feira, 20 de julho de 2021

Julho (16/07 a 31/07)

 Calendário de Classe 

Apesar de todos os apelos da sociedade de consumo, ainda não somos descartáveis. Para vivermos o presente e construirmos o futuro, precisamos conhecer nossa história, homenagear nossos mártires, cultivar nossa cultura, valores e tradições de luta. 

A cada edição, o Pavio Curto publicará este calendário apresentando datas e acontecimentos importantes para a classe trabalhadora. Acontecimentos que devem ser estudados e debatidos. Datas que merecem nossa lembrança. 


 16, 1920 – Nascimento de Elizeth Cardoso 

A Divina...a Enluarada...assim permanece lembrada Elizeth Cardoso, neste 16 de julho, quando completaria 101 anos.  Ela é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira, além de uma das mais talentosas cantoras de todos os tempos. Shows, discos, parcerias e interpretações inesquecíveis marcaram a carreira dessa carioca nascida em uma família pobre, que nunca esqueceu sua origem popular. Também não se curvou ao machismo e ao preconceito dominante no meio artístico da sua época. A obra e a vida de Elizeth permanecem vivas, porque, segundo Chico Buarque ela “é a nossa cantora mais amada. Voz de mãe, e mãe de toda as cantoras do Brasil. “


 18, 1918 – Nascimento de Nelson Mandela 

Nelson Mandela (1918 - 2013) foi um líder que marcou a história da África do Sul e influenciou uma mudança de pensamento no mundo inteiro. Ao longo de sua vida nos presenteou com várias mensagens de sabedoria que nos inspiram e motivam a lutar pela justiça social, pela liberdade, pelo amor, pela vida. Neste 18 de julho, quando completaria 103 anos, Mandela, o Madiba, prêmio Nobel da Paz em 1993 e primeiro presidente negro da África do Sul (1994-99) é homenageado pelo Pavio Curto por algumas de suas lindas frases que permanecem no nosso coração e na memória da humanidade. 

“Lutei contra a dominação branca e contra a dominação negra. Defendi o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se for preciso, é um ideal para o qual estou disposto a morrer”. (1964)

“A grandeza da vida não consiste em não cair nunca, mas em nos levantarmos cada vez que caímos”. (1994)

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração”. (1994)

“Lutar contra a pobreza não é um assunto de caridade, mas de justiça”. (2005)


 18, 1936 – Guerra Civil Espanhola 

Em fevereiro de 1936, a Frente Popular reunindo vários setores democráticos e de esquerda (socialistas, comunistas, anarquistas, liberais) elegeu Manuel Azaña como presidente. Em uma tentativa de golpe da extrema direita em 18 de julho começava a Guerra Civil Espanhola. 

Essa guerra, devido ao clima político internacional na época, teve muitas facetas, e diferentes pontos de vista a viram como uma luta de classes, uma guerra religiosa, uma luta entre ditadura e democracia republicana, entre revolução e contrarrevolução, entre fascismo e comunismo. 

Os nacionalistas venceram a guerra no início de 1939 e governaram a Espanha até a morte de Franco em novembro de 1975. Durante 36 anos, essa ditadura causou a morte de mais de 500 mil pessoas. Em 2007, o Papa Bento XVI beatificou esses mortos, porém em 2013 os sobreviventes da ditadura do general Franco pediram ao Papa Francisco que reconhecesse o apoio da Igreja Católica à ditadura na Espanha.

A lei de anistia de 1977 garante a imunidade de todos os agentes do Estado envolvidos em qualquer tipo de denúncia. Apenas em outubro de 2008 o então juiz Baltasar Garzón, conhecido por ter pedido a prisão do ditador chileno Augusto Pinochet, abriu a primeira causa na história espanhola para investigar os crimes ocorridos entre 1936 e 1975. 

Integrantes de diferentes associações de vítimas da guerra civil (1936-1939) e do franquismo (1939-1975) pediram a abertura de uma Comissão da Verdade e do julgamento dos implicados nos crimes cometidos durante a guerra e a ditadura de Francisco Franco, o que só aconteceu em 2018.


 20 – Homem na Lua 

Sim, o ser humano foi à lua e não, a Terra não é plana.

A Apollo 11 foi um voo espacial tripulado norte-americano responsável pelo primeiro pouso na Lua. Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin alunissaram o módulo lunar Eagle em 20 de julho de 1969 às 20h17min, horário norte-americano. 

Armstrong e Aldrin passaram um total de 21 horas e meia na Lua até reencontrarem-se com Collins.

O pano de fundo dessa viagem era a Guerra Fria que impulsionou a Corrida Espacial.



Poucos sabem, mas o principal engenheiro pela chegada à Lua foi Wernher von Braun, um nazista que se entregou aos norte-americanos. Do outro lado, na extinta União Soviética o engenheiro Sergei Pavlovich Korolev era quem comandava a corrida. Antes de sua súbita morte em 1966, a União Soviética liderava a corrida espacial, e planos para colocar o primeiro homem na lua haviam começado a serem implementados. Sergei Korolev foi, ao contrário do que é propagado, o verdadeiro criador do desafio de levar homens à lua, embora a URSS nunca tenha admitido publicamente que pretendia este feito. Os Estados Unidos, em contrapartida, o fizeram através de um desafio público lançado pelo presidente John F. Kennedy.

Antes de sua morte ele era conhecido como "Engenheiro Chefe", pois os soviéticos temiam que os Estados Unidos enviassem agentes para assassiná-lo.


 23, 1993 – Massacre da Candelária 

Na noite de 23 de julho de 1993, pouco antes da meia-noite, um táxi e um Chevette com placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Em seguida, os ocupantes atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da Igreja.

Posteriormente, nas investigações, descobriu-se que os autores dos disparos eram milicianos. Como resultado, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Segundo estudos realizados por associações ligadas à organização Anistia Internacional, quarenta e quatro das setenta pessoas que dormiam nas ruas daquela região perderam a vida de forma violenta. A maioria das vítimas eram pobres e negras.

Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos em uma cruz de madeira, erguida no jardim de frente da Igreja:

    • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos

    • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos

    • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos

    • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos

    • "Gambazinho", 17 anos

    • Leandro Santos da Conceição, 17 anos

    • Paulo José da Silva, 18 anos

    • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos

Infelizmente, os massacres continuam hoje, uns velados, outros escancarados nos noticiários através das incursões das polícias nas comunidades. A guerra contra o tráfico é na verdade a guerra contra o pobre, principalmente contra o preto. 


 24, 1995 – Assassinato do padre Ezequiel Ramin 

Nesse dia, Padre Ezequiel foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz, juntamente com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cacoal (Rondônia).



Ele foi falar a colonos ameaçados de despejo para que não partissem para o conflito. Enquanto voltava para casa, o carro em que viajavam foi alvejado por tiros. Nem os mandantes ou os assassinos foram presos. Ele tinha 32 anos.

Padre Ezequiel era missionário comboniano. Em 1980, foi ordenado em Pádua, e permaneceria na Itália até ser enviado para o Brasil, em 1983.

Depois de alguns meses em Brasília, onde estudou português e a realidade da sociedade e da Igreja brasileira, foi enviado para a comunidade de combonianos em Cacoal.

Na região, encontrou uma acentuada situação de desigualdade social decorrente da ausência de reforma agrária e uso da violência pelos grandes latifundiários, que grilavam terras para ampliar suas propriedades. Desse modo, colocou-se ao lado dos indígenas e pequenos trabalhadores rurais na luta pelo direito à terra, ao trabalho e à vida digna.

Documentário

Em 2015, a Verbo Filmes, produtora ligada à Congregação do Verbo Divino, lançou o documentário “Ezequiel Ramin – O Mártir da Opção pelos Pobres”, produzido em parceria com os missionários combonianos.


 25 – Dia do Trabalhador Rural 

No dia 25 de julho e 1824, aconteceu no Brasil a primeira conquista de terra para quem nela trabalha pelos pobres migrantes. Quando a classe dominante brasileira (senhores de engenho, donos de minas, grandes criadores de gado) percebe que o fim da escravidão é apenas uma questão de tempo, busca outra alternativa para continuar explorando os trabalhadores com a cumplicidade dos governos do países europeus (Alemanha, Polônia, Itália) para trazer de lá mão de obra mais barata dos camponeses.

O primeiros a chegarem foram os suíços, que foram instalados em 1819 em Nova Friburgo (RJ), para produzirem alimentos para a cidade do Rio de Janeiro. Os de maior destaque, entretanto, são os imigrantes que foram encaminhados para o sul do Brasil (RS, SC e PR). As primeiras terras que receberam estavam habitadas por povos indígenas. Nessa batalha campal, vencia o mais forte. Muitos morreram nessa guerra entre irmãos (tanto indígenas como imigrantes); outros morreram doentes. Os que sobreviveram enfrentaram muitas dificuldades.

O dia 25 de julho simbolizou um marco na conquista do direito à terra pelos pobres, até então negado. Símbolo da migração camponesa, a data foi aos poucos sendo popularizada pelas Igrejas Católica e Luterana, como dia dos agricultores, dos trabalhadores da roça. Ao longo dos anos foi se ampliando e hoje, assimilado pelas organizações dos trabalhadores, se nacionalizou. 

Na ditadura militar, o governo Médici quis mudar a data e decretou o 25 de maio como dia oficial do Trabalhador Rural, em homenagem ao Estatuto do Trabalhador Rural e ao Funrural, duas leis dirigidas ao campo. Mas a data não teve a adesão das organizações dos trabalhadores e acabou sendo esquecida. 

A partir de 1824, ingressaram no Brasil, como migrantes, camponeses oriundos da Europa, mais de 1,6 milhão de italianos (parte ficou nas cidades), 700 mil espanhóis (muitos como artesãos nas cidades), 250 mil alemães, 220 mil japoneses e 100 mil de outras nacionalidades. E ainda mais de 1,7 milhão de portugueses pobres, mas a maioria se radicou no comércio.


 25 - Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha 

Em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde então, muitas ONGs têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.

No Brasil, a data homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro. A mulher negra é, ainda hoje, a principal vítima de feminicídio, das violências doméstica e obstétrica e da mortalidade materna.

Tereza de Benguela, foi uma mulher quilombola, rainha e chefe de estado, que viveu no século XVIII no Vale do Guaporé. Ela liderou o Quilombo de Quariterê, no estado do Mato Grosso, que resistiu da década de 1730 até o final do século.


Referências: 

Calendário Histórico dos Trabalhadores – MST, 1998; Calendarr Brasil; Calendário Feminista;  Opera Mundi; Gazeta do Povo; O Globo; Wikipédia; 

sábado, 3 de julho de 2021

Julho

 Apesar de todos os apelos da sociedade de consumo, ainda não somos descartáveis. Para vivermos o presente e construirmos o futuro, precisamos conhecer nossa história, homenagear nossos mártires, cultivar nossa cultura, valores e tradições de luta. 

A cada edição, o Pavio Curto publicará este calendário apresentando datas e acontecimentos importantes para a classe trabalhadora. Acontecimentos que devem ser estudados e debatidos. Datas que merecem nossa lembrança. 

Julho   (01 a 15/07)

03 - Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

3 de julho é o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. A data faz referência à aprovação pelo Congresso Nacional, no ano de 1951, da Lei nº 1.390 (Lei Afonso Arinos, proposta pelo jurista e político mineiro), sendo esta a primeira lei contra o racismo no Brasil. Mais adiante, a Lei nº 7.437/1985 deu nova redação a esta: inclui, entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.


06, 1907 – Nascimento de Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, mais conhecida por seu pseudônimo artístico, Frida Kahlo, nasceu na pequena vila de Coyoacán, próxima à cidade do México, no dia 06 de julho de 1907. Ela afirma em seu diário ter nascido em 1910, porque como teve parte da infância vivida entre tiroteios e disputas entre camponeses na Revolução Mexicana de 1910, Frida denominava-se como “filha da revolução”.

Pintora surrealista, revolucionária marxista e bissexual, pintou em suas obras a difícil vida que levou, até sua morte precoce, aos 47 anos. Nelas, também retratava questões sociais e sua militância.

Desde pequena, a pintora teve uma vida marcada por doenças. Com seis anos de idade contrai poliomielite, que lhe deixa uma sequela no pé. Por conta disso, Frida passa a usar calças compridas e, mais tarde, longas saias coloridas, que serão sua marca.

Aos 18 anos sofre um grave acidente de bonde e durante a sua longa convalescença, começa a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.

Sua obra recebia influência da arte indígena mexicana. Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os autorretratos. Frida Kahlo era também aficionada por fotografia. As suas pinturas tinham frequentemente fortes elementos autobiográficos e misturavam realismo com fantasia.  Em 1928, entrou para o Partido Comunista Mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte, em um casamento tumultuado.

Frida Kahlo lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, recém-fundada na cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo. 

Em 1953, o estado de saúde da pintora agravou-se. Os pés tiveram gangrena e precisaram ser amputados. Apesar da tristeza com a situação, esse momento eternizou uma de suas mais famosas frases e que representa toda a vida de Frida: “Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?”

Decorrente de uma grave pneumonia, Frida falece no dia 13 de julho de 1954, aos 47 anos. No diário da artista foi encontrada a seguinte frase:

"Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais."


09 a 16, 1917 – Primeira Greve Geral em São Paulo 

A Greve Geral de 1917 foi um movimento organizado pelos operários e comerciantes de São Paulo nos meses de junho e julho.

Os trabalhadores pediam melhores condições de trabalho e aumento de salário. Depois de cinco dias de paralisação geral, os grevistas tiveram suas reivindicações atendidas.

A paralisação começou na fábrica Crespi que empregava 2.000 trabalhadores, no bairro da Moca. Os operários pediam aumento de salário, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e do trabalho feminino à noite.

Esse movimento se espalha por outras fábricas do bairro provocando a adesão de mais operários. Inspirados pelas ideias anarquistas divulgadas pelo jornalista Edgar Leuenroth, os trabalhadores fazem os primeiros comícios em bairros e praças públicas.

Ao longo de todo mês de junho várias fábricas somam-se à greve. Em 8 de julho é criado o Comitê de Greve, proposto pelos anarquistas. No dia seguinte, a polícia mata o sapateiro espanhol José Martinez e causa revolta entre os grevistas.

Em 12 de julho, a greve estava decretada. São Paulo amanhece com fábricas, comércios e transportes parados. Diante da forte repressão policial, os operários se recusam a negociar diretamente com os patrões e jornalistas se encarregam de formar uma comissão intermediadora.

Depois de árduas negociações, os operários conquistaram o aumento de 20% de salário, direito de associação e a não demissão dos envolvidos na greve. No dia 16 de julho, um comício realizado no Largo da Concórdia, decreta o fim da primeira greve geral do Brasil.


12/07 - 24º aniv. Malala Yousafzai

Malala Yousafzai (1997) é uma militante dos direitos das crianças, uma jovem paquistanesa que foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de ir à escola. Com 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Em 2010, embora o governo tivesse anunciado a expulsão do Talibã da região do Vale do Swat, no Paquistão, a milícia continuava rondando a área. Malala que já era conhecida por defender em entrevistas e palestras o direito das meninas à educação, passou a receber ameaças de morte. No dia 9 de outubro de 2012, com 15 anos, Malala que estudava na província de Khyber Pakhtunkhwa, enquanto voltava para casa, seu ônibus escolar foi parado por membros do Talibã, que subiram a bordo e perguntaram: “Quem é Malala?”. Ninguém respondeu, mas um dos terroristas a reconheceu e disparou três tiros em sua cabeça. Malala sobreviveu ao atentado, recuperou-se e não recuou de suas convicções. Tornou-se porta voz de uma causa – o direito à educação. Sua família mudou-se para Birmingham, onde vive exilada. No dia 10 de outubro de 2014, com 17 anos, Malala recebeu o “Prêmio Nobel da Paz”, tornando-se a mais jovem ganhadora da premiação.

13 – Dia Mundial do Rock

No dia 13 de julho de 1985, aconteceu o chamado Live Aid, realizado principalmente em Londres e na Filadélfia (apesar de também contar com alguns shows na Austrália, na Rússia e no Japão).

Foi um festival histórico, idealizado para arrecadar doações para famílias pobres na Etiópia. A produção contou com uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e televisão de todos os tempos, resultando em mais de 1,5 bilhão de espectadores

O festival incluiu alguns dos nomes mais memoráveis do rock. A lista tem Sting, U2, Phil Collins, Dire Straits, David Bowie, The Who, Elton John, Paul McCartney, Eric Clapton, Mick Jagger e Bob Dylan

Por volta de 1987, a data começou a ser celebrada principalmente por rádios brasileiras de rock. O curioso é que apesar de ser chamado aqui de “dia mundial”, a data só é comemorada no nosso país!

Nos Estados Unidos, por exemplo, a data considerada é 9 de julho, data em que estreou o programa American Bandstand, que ajudou a popularizar o gênero entre as décadas de 50 e 80.  

 


14 – Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias 

O Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias tem como objetivo de conscientizar e organizar os problemas enfrentados por indivíduos não-binários em todo o mundo. O dia foi comemorado pela primeira vez em 2012. A data foi escolhida por ser precisamente entre o Dia Internacional do Homem e o Dia Internacional da Mulher.

Não-binariedade ou identidades não-binária é um "termo guarda-chuva" (que abarca várias identidades diferentes dentro de si) para identidades de gênero que não são masculinas ou femininas, estando portanto fora do binário de gênero e da cisnormatividade. Academicamente, a não-binariedade pode ser frequentemente agrupada à inconformidade de gênero. Pessoas não-binárias podem classificar a sua identidade de gênero de várias maneiras, entre as quais:

Agênero (ausência total de gênero)

Neutros (identidade de gênero neutra)

Bigênero (identidade de gênero dupla ou ambígua)

Poligênero (identidade de gênero plural ou múltipla)

Gênero-fluido (identidade de gênero fluida)

Intergênero (identidade de gênero interligada a uma variação intersexo ou intermediária de outros gêneros)

Demigênero (identidade de gênero parcial)

Trigênero (identidade de gênero tripla)

Pangênero (ter todos os gêneros acessíveis e possíveis dentro de sua vivência)

 

 


14 – Dia da Liberdade de Pensamento

Em 14 de julho é comemorado em todo o mundo o Dia da Liberdade de Pensamento. A primeira vez em que foram definidos a liberdade e os direitos fundamentais do Homem foi por meio da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte da França em 26 de agosto de 1789. Vale lembrar, ainda, que o dia 14 de julho remete a uma data muito importante na história: a Queda da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa.

Além de ter servido de inspiração para as constituições francesas de 1848 e para a atual, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão também foi base da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948

“Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.

“Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.


14, 1789 – Revolução Francesa – Queda da Bastilha

A queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, é considerado o evento que deu início à Revolução Francesa. A Bastilha era uma grande prisão considerada símbolo do Antigo Regime, e sua tomada pela população de Paris espalhou a revolução por toda a França. Esse alastramento da revolta popular resultou em grandes transformações sociais e políticas no país e marcou a queda do Antigo Regime. A tomada da Bastilha foi consequência da grave crise que a sociedade francesa enfrentava no final do século XVIII.

A Revolução Francesa foi resultado da grave crise que a sociedade francesa enfrentava nas décadas de 1770 e 1780. Nesse período, a França possuía uma monarquia absolutista e era governada por Luís XVI, que concentrava todo o poder do Estado francês. Além disso, a sociedade francesa era dividida em três grandes grupos, conhecidos como estados.

O Primeiro Estado representava o clero e os representantes da sociedade vinculados à Igreja. O Segundo Estado representava a aristocracia francesa, isto é, a nobreza, que mantinha uma série de privilégios e viviam à custa do Estado e de seus feudos. Essas duas classes, juntas, impunham uma grande opressão e exploração sobre o Terceiro Estado, o qual agrupava o povo em geral e formava cerca de 95% da população francesa, mas que era representado oficialmente pela burguesia francesa.

Clero e nobreza possuíam uma série de privilégios, como terras cedidas pelo rei francês e isenção de impostos, e dispunham um estilo de vida extremamente luxuoso. A partir da década de 1770, com a crise econômica que se instalou na França, a nobreza, principalmente, ampliou sua exploração sobre o povo, exigindo cada vez mais dinheiro dos camponeses que trabalhavam em suas terras.

O povo, sobretudo os camponeses, viviam em uma situação extremamente difícil nessa época, pois, segundo o historiador Eric Hobsbawm, “os tributos feudais, os dízimos e as taxas tiravam uma grande e cada vez maior proporção da renda do camponês, e a inflação reduzia o valor do resto”.

A situação dos camponeses era agravada pela forte crise econômica que afetava o país. Essa crise resultava do envolvimento da França na Revolução Americana. Os altos gastos do país na guerra contra a Inglaterra faliram a economia francesa, ainda mais fragilizada com a manutenção pela Coroa do padrão de vida luxuoso da nobreza francesa. Hobsbawm estima que a França gastava, na época, 20% a mais do que arrecadava.

O grande estopim que transformou a revolta popular em revolta generalizada foi o quadro de fome que se espalhou no país após colheitas ruins em 1788 e 1789 e um inverno rigoroso. Esses dois fatores contribuíram para o aumento do custo de vida, principalmente dos alimentos, e impulsionaram o povo para a rebelião e, em outros casos, para o banditismo.

 

Referências: 

Calendário Histórico dos Trabalhadores – MST, 1998; Calendarr Brasil; Brasil Escola UOL; Toda Matéria; Calendário Feminista 


sábado, 26 de junho de 2021

Junho

 Apesar de todos os apelos da sociedade de consumo, ainda não somos descartáveis. Para vivermos o presente e construirmos o futuro, precisamos conhecer nossa história, homenagear nossos mártires, cultivar nossa cultura, valores e tradições de luta. 

A cada edição, o Pavio Curto publicará este calendário apresentando datas e acontecimentos importantes para a classe trabalhadora. Acontecimentos que devem ser estudados e debatidos. Datas que merecem nossa lembrança.

19 – Dia Nacional do Migrante 

O Dia Nacional do Migrante, 19 de junho, reflete sobre as dificuldades enfrentadas por todos aqueles que deixam as suas terras em busca de condições melhores para viver. Além de ser um dia de conscientização sobre os desafios que essas pessoas encontram, a data comemorativa reconhece o papel do migrante na sociedade.


19, 1764 – Nascimento de José Artigas – “Pai da Pátria” uruguaia

José Gervasio Artigas nasceu em 19 de junho de 1764 e faleceu em 23 de setembro de 1850. Foi um dos mais importantes estadistas da Revolução do Rio da Prata, pelo que é honrado também na Argentina por sua contribuição à independência e federalização do país.

Teve uma atuação destacada nas lutas de independência e no predomínio dos ideais republicanos e democráticos sobre a visão monarquista. Lutou sucessivamente contra o Império Espanhol, os unitários instalados na cidade de Buenos Aires e Montevidéu e o Reino Unido de Portugal e Brasil. 

Em abril de 1813, José Artigas inaugura o Congresso Provincial, que afirma a soberania da Província Oriental e formação da Confederação do Prata, nomeando o primeiro governo do Uruguai. O governo de Buenos Aires não aceita e Artigas cerca Montevidéu, sendo considerado fora-da-lei. 

Sob sua direção, foi preparada a Constituição da República Oriental, a mais democrática de sua época, onde era afirmada a igualdade de todos e o povo com fonte de todo o poder. Ao aceitar nas tropas negros escravizados, eles conquistam uma espécie de emancipação, o que não agrada aos proprietários de terras. Preocupados, os latifundiários designam o geral Alvear para derrotar Artigas que, com a ajuda de uma forte tropa, reconquista Montevidéu. Após recuperar a cidade, em 1815, José Artigas é proclamado capitão geral. 

Elabora um regulamento para o desenvolvimento da agricultura, distribuindo terras entre os explorados, incentivando a produção e o consumo coletivo. Dizia que “os despossuídos devem ser agora agraciados”. No entanto, não pode continuar seu projeto: os portugueses invadem Montevidéu, na denominada Guerra contra Artigas ocorrida entre 1816 e 1820, e ele é obrigado a se refugiar nas selvas paraguaias. 

José Artigas liderava um movimento contra o projeto argentino de reconstituição territorial de seu antigo vice-reinado (que constituía parte do Uruguai) e as investidas portuguesas a partir de um projeto expansionista elaborado pela Dinastia de Bragança com o intuito de anexar o Uruguai ao nascente Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816). No âmbito econômico intercontinental, o Uruguai sofria a influência da industrializada Inglaterra.

No ano de 1821, após o exílio de Artigas, o Uruguai é anexado ao Brasil. Por meio de uma aliança entre brasileiros e portugueses, a região é batizada de Província Cisplatina.

No ano de 1825, os brasileiros são expulsos da província pelo líder uruguaio Juan Antonio Lavallejo. Com ajuda de tropas da argentina, Lavallejo proclama a independência do Uruguai. No entanto, o ato só é reconhecido pelos vizinhos três anos mais tarde, através do Tratado de Montevidéu.

Mais tarde, com o estabelecimento de uma república, a política divide-se entre conservadores (blancos) e liberais (colorados). As desavenças entre visões políticas levaram o país a uma Guerra Civil que se estenderia por 12 anos (1839-1851). Artigas morreria em 1850, um ano antes do fim da guerra civil. Contudo, será lembrado como grande patrono do Uruguai.


20 – Dia Mundial do Refugiado

Celebrado em 20 de junho, desde 2001, o Dia Mundial do Refugiado é uma data para a reflexão sobre a situação em que se encontram pessoas forçadas a abandonar seus países de origem devido a perseguições, conflitos armados e crises humanitárias.

21 - Dia de Luta por uma Educação não-sexista e sem discriminação

Proclamado pela Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe (Repem) com o objetivo de pensar a educação a partir de uma perspectiva do poder, da diferença e da diversidade. 

25 – Dia do Imigrante 

O Dia do Imigrante é comemorado em 25 de junho no Brasil.

A imigração é um fenômeno que ocorre quando há o deslocamento de grupos de indivíduos das regiões / países em que nasceram para terras estrangeiras.

Esta data foi criada para homenagear essas pessoas, que deixam para trás amigos e família em busca de melhores condições de vida.


26 - Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1997, sendo realizada no mesmo dia em que foi assinada a Convenção contra a Tortura, criada em 26 de junho de 1987, por parte dos Estados-membros da Organização.

O objetivo da data é, além de apoiar as vítimas dessa repulsiva prática, combater a execução de atos de tortura por parte dos órgãos repressivos dos Estados. Segundo Ban Ki-moon, ex- secretário-geral da ONU, em seu discurso referente à data em 2012, “todos os dias, mulheres, homens e crianças são torturadas ou maltratadas com a intenção de destruir sua dignidade e seu sentimento de valor humano. Em alguns casos, isto faz parte de uma política de Estado para fomentar o medo e intimidar a população”.

Nesse sentido, uma das principais ações com a instituição dessa data é criar condições de amparo solidário, material e psicológico às vítimas de torturas e maus-tratos, principalmente através de apelos para que os Estados se prontifiquem a atuar para a erradicação dessa prática.

Apesar de ser combatida, a tortura é praticada em diversos países, inclusive, em alguns casos, ela é aplicada sistematicamente como política repressiva e de investigação. No caso específico da América do Sul, ela foi adotada por todos os regimes comandados por militares durante o século XX.

Um dos principais difusores dessas práticas foram as Forças Armadas do Brasil, que ensinaram diversas técnicas de tortura às demais forças militares estatais da América do Sul, com o objetivo de exterminar as forças políticas opositoras a esses regimes. Atualmente, a tortura ainda é uma medida de obtenção de confissões comumente adotada em delegacias e batalhões militares, principalmente contra pobres e pretos, evidenciando que essa prática ainda não está extinta no país. Pelo contrário, nos últimos anos cresceu um discurso de tolerância a tortura de Estado e de forças paramilitares no Brasil.  

Ilustração Cristovão Villela

26, 1968 – Passeata dos Cem Mil 

A Passeata dos Cem Mil de 26 de junho de 1968 entrou para a História do Brasil como o símbolo máximo da resistência popular à ditadura militar. Em março de 1968, a PM invadiu o restaurante universitário Calabouço, onde estudantes protestavam contra o preço das refeições. No confronto, o comandante da PM, Aloísio Raposo, matou o estudante Edson Luís, de 18 anos, com um tiro no peito. Durante o velório e, sobretudo, na missa do estudante, o Rio de Janeiro pegou fogo. A polícia avançou contra estudantes, padres, jornalistas e populares.

Em 21 de junho, aconteceu a ‘Sexta-feira Sangrenta’. Durante outra manifestação, desta vez na porta do Jornal do Brasil, três pessoas foram mortas, dezenas ficaram feridas e mais de mil foram presas. O gosto de sangue na boca da ditadura ruiu diante da opinião pública. Diante da repercussão negativa do episódio, o governo acabou permitindo nova manifestação estudantil, marcada para o dia 26 de junho. Segundo o comando militar, dez mil policiais estariam prontos para entrar em ação, caso fosse necessário.

Ao meio-dia daquela quarta-feira, dia 26 de junho, a Cinelândia já estava tomada pelo povo, em clima de festa, quando o líder estudantil Vladimir Palmeira começou a discursar. Logo, colunas com milhares de estudantes chegaram à praça. Foram recebidos em delírio pela multidão.  Intelectuais, artistas, professores, religiosos, líderes sindicais, políticos e donas de casa se misturavam à massa. 

Pouco depois das 14 horas, começou a passeata, que tomou a avenida Rio Branco em direção à Presidente Vargas. Os manifestantes caminharam pelas ruas do centro do Rio, gritando slogans como “Abaixo a ditadura”, “O povo organizado derruba a ditadura”, “Libertem nossos presos” e “Abaixo o MEC-Usaid”. Diante das lojas fechadas, os estudantes pediam: “Abram suas portas; quem quebra é a polícia”. Os comerciantes, ao atender aos apelos, eram saudados com aplausos. Dos prédios, chovia papel picado e eram acenados lenços brancos em apoio à manifestação.

Braços dados, rostos tensos e vozes alteradas, os maiores expoentes da vida artística nacional se colocaram na linha de frente, arrastando o povo. Eva Wilma, Nara Leão, Marieta Severo, Clarice Lispector, Norma Benguell, Nana Caymmi, Tônia Carrero, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulo Autran, Edu Lobo e Othon Bastos gritavam palavras de ordem. 

Depois de passar pela Candelária e Campo de Santana, a passeata terminou em frente ao Palácio Tiradentes, próximo à Praça XV. Ao final, uma bandeira dos EUA foi queimada e o povo foi para casa. Movimento parecido como aquele só foi visto 16 anos mais tarde no comício pelas Diretas Já. 


28 – Dia Internacional do Orgulho LGBT+

No dia 28 de junho comemora-se em todo o mundo o Dia Internacional do Orgulho LGBT+. A data tem o principal objetivo de conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia e a transfobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos independente da orientação afetivo sexual. 

É uma luta incansável por direitos, respeito e contra os obstáculos impostos por uma sociedade civil majoritariamente preconceituosa e um governo alicerçado em ideais arcaicos e patriarcais. Em junho de 2019, o Brasil teve uma importante conquista na luta LGBT+ com a criminalização de atos de homofobia e transfobia pelo Supremo Tribunal Federal. 

O Brasil é um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTs no mundo. De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBTs e também é o líder em assassinato de pessoas trans no mundo.

De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas, uma pessoa LGBT+ é morta no país. Segundo a Rede Trans Brasil, a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans é assassinada no país. A expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos

Segundo o relatório “Observatório das Mortes Violentas de LGBT+ No Brasil – 2020”, realizado pelo Grupo Gay da Bahia e pela Acontece Arte e Política LGBT+, de Florianópolis, pelo menos 237 pessoas morreram por conta da violência LGBTfóbica no ano passado. Sendo que 224 foram homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%).

Os dados mostram que das 237 pessoas que morreram em 2020, 161 eram travestis e trans (70%), 51 eram gays (22%), 10 eram lésbicas (5%), 3 eram homens trans (1%), 3 eram bissexuais (1%) e 2 eram heterossexuais que foram confundidos com gays (0,4%).

O Dia Internacional do Orgulho LGBT+ marca um episódio que aconteceu em 1969, em Nova York, quando frequentadores do bar Stonewall Inn reagiram a uma série de batidas policiais realizadas com frequência no local e motivadas pela intolerância. No ano seguinte, 28 de junho foi escolhido para ser o dia da primeira Parada Gay, nos Estados Unidos, o que inspirou outras mobilizações mundo afora, sob a bandeira da luta contra o preconceito.



Referências: 

Calendário Histórico dos Trabalhadores – MST, 1998; Diário da Causa Operária, 19/06/2020.; Calendarr Brasil/CalendárioFeminista