sexta-feira, 21 de abril de 2023

ABRIL de 2023

 

Calendário de Classe – Edição 17- ABRIL de 2023

Por Fabiola Rodrigues e Alvaro Britto


1º/04/2021 – Lançamento do Pavio Curto 21 



Com o slogan “Um jornal crítico e bem humorado” e tendo como patrono Henfil e inspiração no Pasquim, o projeto do Pavio Curto nasceu em 2001, quando foram lançadas cinco edições impressas por quatro jornalistas e chargistas do Sul Fluminense. Logo o grupo se ampliou com vários ativistas de movimentos populares da região.

Mesmo com a cotização de amig@s do Pavio, os custos de impressão e o boicote das bancas de jornais à imprensa alternativa impediu a continuidade do projeto. Mas a chama nunca se apagou, com duas tentativas de retorno em 2013 e 2017. E, no início de 2021, segundo ano da Pandemia, o grupo original voltou a se reunir e retomou o projeto. Em 31 de março, um debate em defesa da democracia e contra o fascismo marcou o lançamento do Pavio Curto 21, agora digital, cuja primeira edição foi para as redes em 1º de abril.

O projeto político editorial foi atualizado, incorporando novas pautas, seções e vários colaboradores, os “acendedores” e “amig@s” do Pavio Curto, abarcando inúmeros lugares de fala, diversas áreas de atuação e regiões, com foco no Sul Fluminense. Também os patronos – as “fagulhas que nos inspiram” – aumentaram, expressando maior diversidade.

Refirmando suas origens, o Pavio Curto 21 assume que “é apartidário, mas sempre tomará partido”, negando a falsa neutralidade jornalística. “Na verdade, ela encobre a cumplicidade com o atual estado de coisas”, afirma o seu editorial de lançamento. A crítica política e social bem humorada através da utilização da linguagem da charge, do cartum, da caricatura e dos quadrinhos é outra marca do Pavio. 

Mais que um jornal alternativo, o Pavio Curto 21 é um Coletivo de Cultura e Mídia Popular, promovendo debates, palestras e outras atividades formativas e culturais para a denúncia, crítica e luta contra o avanço do fascismo e o capitalismo, estimulando a polêmica e incentivando a construção de uma alternativa que aponte para uma nova sociedade, em defesa da vida, da democracia, da justiça social, do respeito à diversidade, da paz e do amor.

lustração: @cacinho

07/04 - Dia Mundial da Saúde 



O Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, marca o aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948. Além de focar na jornada para alcançar “Saúde para Todos”, que é o tema deste ano, a OMS celebrará seu 75º aniversário sob o tema “75 anos melhorando a Saúde Pública”.

Em 1948, países do mundo se uniram e fundaram a OMS para promover a saúde, manter o mundo seguro e servir aos vulneráveis. O ano do 75º aniversário da OMS é uma oportunidade de relembrar os sucessos da saúde pública que melhoraram a qualidade de vida durante as últimas sete décadas e também para motivar ações para enfrentar os desafios de saúde de hoje e de amanhã.

Anualmente, o Dia Mundial da Saúde é destinado a discutir um tema específico, que representa uma prioridade na agenda internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os assuntos debatidos durante o Dia Mundial da Saúde são prolongados ao longo de todo o ano, através da promoção palestras e atividades instrutivas e educacionais.

Dia de Luta em defesa do SUS 100% público e estatal

O SUS salvou vidas e deu esperanças e orgulho durante a tragédia da pandemia da Covid-19, sobrevivendo a governos destruidores de direitos. Em mais de três décadas de existência, trouxe muita saúde à classe trabalhadora brasileira.

Porém o NOSSO SUS, patrimônio das lutas do povo brasileiro, sofre constantemente ataques daqueles que insistem em manter o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo. Onde a maioria vê direitos, alguns poucos veem oportunidades de lucro, e tentam sempre tornar saúde, educação e todos os direitos sociais em negócios, em venda de produtos e serviços, em privatizações.

Nesse dia 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, nós, trabalhador@s, estudantes, usuári@s, precisamos comemorar e defender o NOSSO SUS e fortalecer a luta pelo direito à vida.

Ilustração: Condsef

Fontes:

www.paho.org

www.calendarr.com

Fórum de Saúde do RJ

Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde

 

07/04 - Dia Nacional do Jornalista



O Dia do Jornalista é comemorado em 7 de abril. A data homenageia os profissionais responsáveis por apurar fatos e levar as informações sobre os acontecimentos às pessoas. Independente do veículo, o jornalista deve sempre trabalhar tendo como base a ética e a pluralidade de fontes de informação confiáveis. 

Origem do Dia do Jornalista

Ele foi criado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) como uma homenagem a Giovanni Batista Libero Badaró, que lutou pelo fim da monarquia e Independência do Brasil. Badaró foi médico e jornalista, e assassinado no dia 22 de novembro de 1830, em São Paulo, por inimigos políticos.

Os protestos gerados pelo seu assassinato levaram D. Pedro I a abdicar do trono em 1831, no dia 7 de abril. Só em 1931, cem anos depois do acontecimento, surgiu a homenagem. Também no dia 7 de abril a ABI foi fundada, em 1908, com o objetivo de assegurar aos jornalistas os seus direitos. 

É tempo de esperançar e reconstruir o Jornalismo e a profissão de jornalista



O Pavio Curto parabeniza a categoria pela capacidade de ousar, lutar e defender o Jornalismo, mesmo diante da precarização da profissão, redução de salários, violência, disseminação da desinformação e destruição de direitos.

Segundo a FENAJ, aprovação da PEC que restabelece o diploma de Jornalismo como critério de acesso à profissão e a atualização da regulamentação profissional são prioridades. A decisão do STF em 2009, “estimulou o desmonte da profissão, o aumento da atuação de disseminadores de fake news, fraudes na contratação de profissionais, descontrole nos registros profissionais, redução salarial, entre outras mazelas”.

Também a sustentabilidade da produção jornalística, com a tributação das plataformas digitais que, por meio da concentração da captação de recursos publicitários, “colaboram fortemente para a deterioração das condições de produção de jornalismo e depauperação da profissão”.

Ilustrações: @Cacinho e  Fenaj

Fontes:

fenaj.org.br

www.calendarr.com

09/04 – Pascoa 



Ilustração: Clóvis 

 

13/04 – Dia Internacional do Beijo



É comemorado em homenagem ao beijo mais longo que já foi gravado, resultado de um concurso realizado na Tailândia, onde em 2011 um casal estabeleceu um recorde mundial com o beijo mais longo, que durou 46 horas, 24 minutos e 9 segundos. Mais tarde, em 2013, o mesmo casal quebrou o seu recorde ao se beijar por um tempo de 58 horas 35 minutos e 58 segundos.

Mas há também a versão de uma lenda italiana sobre um jovem chamado Enrique Porchelo, conhecido por ter beijado todas as mulheres de sua vila. Cansado de tantos rumores, o padre da pequena vila ofereceu um prêmio em moedas de ouro para a mulher que nunca tivesse sido beijada pelo jovem italiano. Ninguém apareceu para reclamar o prêmio e, de acordo com a lenda, o tesouro permanece escondido em algum lugar da Itália. Supostamente, a origem desta história remonta ao dia 13 de abril de 1882.

Sobre a origem do beijo, os evolucionistas concluíram que o que hoje conhecemos como “beijo” foi, no passado, uma forma de alimentação que consistia em mastigar a comida e passá-la para outra boca – a dos filhos, por exemplo. Muito parecida ao que os pássaros fazem com os seus filhotes. Assim, as mães transmitiam, além do alimento, doses extras de zinco, ferro e carboidratos através da saliva, que transferia geradores de anticorpos, além do fato de que a comida pré digerida pode ser absorvida mais facilmente pelo sistema digestivo dos bebês.

Beijar é um excelente exercício que ajuda a queimar calorias liberando adrenalina e noradrenalina que fazem com que o coração bata mais rápido. Também está relacionado com a redução do chamado “colesterol ruim”. Isso mesmo, quem beija bastante tem menos tendência a ter colesterol alto e diminui o stress. Segundo estudos de especialistas, o beijo pode ser comparado a uma droga natural, pois causa um aumento da ocitocina, hormônio responsável por gerar alterações físicas e neurológicas. Curiosamente, o beijo foi proibido na Inglaterra em 1439 pelo rei Henrique VI para evitar a proliferação de bactérias.

Portanto, o Pavio Curto recomenda: beije sem moderação!!

 

Ilustração: Clovis Lima

Fontes: calendarr.com; zankyou.com.br; infobae.com

 

14/04/1976 - Assassinato de Zuzu Angel



Zuleika de Souza Netto, a Zuzu Angel, foi estilista brasileira com grande expressão na moda internacional. Ela enfrentou a ditadura militar e denunciou no exterior o que ocorria no Brasil em busca do seu filho Stuart Angel Jones, militante assassinado pelo governo e transformado em desaparecido político.

Conhecida no exterior e com trânsito entre autoridades internacionais, apresentou documentos e depoimentos sobre o que acontecia nos porões da ditadura, inclusive de quem viu seu filho nas celas sendo torturado.

A procura desesperada dos culpados pelo desaparecimento do filho só terminou com sua morte, na madrugada de 14 de abril de 1976, num estranho “acidente” de carro na saída do Túnel Dois Irmãos, no Rio. Hoje o túnel tem o seu nome – “Túnel Zuzu Angel”

Segundo a versão oficial da época, seu carro derrapou e saiu da pista, chocou-se contra a mureta, capotando e caindo na estrada abaixo, matando-a instantaneamente. Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse, onde estava escrito: "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho".

Em 1998, a Comissão dos Desaparecidos Políticos investigou a sua morte. No relatório final de 2007, depoimentos de duas testemunhas oculares do acidente afirmaram ter visto o carro de Zuzu ter sido fechado por outro e jogado fora da pista, caindo de uma altura de cerca de cinco metros.

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade recebeu de Cláudio Guerra, ex-agente da repressão que operou como delegado do DOPS a confirmação da participação dos agentes da repressão na morte de Zuzu.

Em 2019, sua filha Hildegard Angel foi ao cartório do Registro Civil com um mandado judicial e conseguiu finalmente as certidões de óbito de sua mãe e de seu irmão. A causa das mortes foi atestada como "não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistêmica e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial”.

 

Texto: Ernesto Germano (editado)

Ilustração: Cristovão Villela

 

Stuart Angel Jones, filho de Zuzu, era estudante de economia, passou a integrar as organizações de esquerda que combatiam a ditadura militar no Brasil, instaurada em 1964, filiando-se ao MR-8, grupo guerrilheiro de ideologia socialista do Rio de Janeiro. Preso em 14 de abril de 1971, Stuart foi barbaramente torturado e morto pelo Centro de Informações da Aeronáutica (CISA) no aeroporto do Galeão e dado como desaparecido pelas autoridades.

Em homenagem a Zuzu Angel, Chico Buarque fez a música “Angélica”. Eis a letra da música.

*

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse estribilho

Só queria embalar meu filho

Que mora na escuridão do mar

.

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse lamento

Só queria lembrar o tormento

Que fez o meu filho suspirar

.

Quem é essa mulher

Que canta sempre o mesmo arranjo

Só queria agasalhar meu anjo

E deixar seu corpo descansar

.

Quem é essa mulher

Que canta como dobra um sino

Queria cantar por meu menino

Que ele já não pode mais cantar”

 

15/04 – Dia Mundial do Desenhista

O Dia do Desenhista foi criado em homenagem ao aniversário de um dos mais importantes desenhistas de todos os tempos: Leonardo da Vinci, que nasceu em 15 de abril de 1452, na cidade de Vinci, na Itália. Além de respeitado desenhista e pintor, também foi escultor, pensador, escritor, inovador científico, engenheiro, matemático e filósofo.

Leonardo da Vinci é considerado um dos maiores artistas renascentistas e marcou presença em vários segmentos da arte, principalmente o desenho, que usava como frequência para embasar e registrar seus inventos. A data foi instituída em 2011, através de uma iniciativa da Associação Internacional de Artes (IAA), considerada a maior organização não-governamental de artes visuais, criada em 1954 pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

A data homenageia os profissionais e artistas que encantam e fascinam com seus traços e criatividade. O desenhista, além da sensibilidade, precisa entender os sentidos de perspectiva, ângulo, profundidade, luz e sombra na hora de produzir os seus trabalhos. Ele pode atuar em diversas áreas, desde ilustrações voltadas para o entretenimento, arte digital, agências de publicidade ou até mesmo desenhar como um hobby.

Em todo o mundo, inúmeros desenhistas utilizam sua arte de forme engajada, denunciando as opressões e injustiças. No Brasil não é diferente. Entre eles, destacamos Henfil, patrono do Pavio Curto na época do seu primeiro lançamento, em 2001, e atualmente uma das fagulhas que nos inspiram. Ele ficou célebre por desenhos com forte crítica política e social.

Henfil foi um duro opositor da ditadura militar e se engajou de corpo, alma e traço na campanha das Diretas Já e na luta por uma Constituinte Popular, tendo sido um dos principais colaboradores do jornal O Pasquim, referência da imprensa alternativa.

 


Parabéns aos desenhistas, em especial @s amig@s do Pavio!!

 Ilustrações: Clóvis Lima, Cacinho e Cristóvão Villela

 Fontes: www.calendarr.com; desenhoonline.com; bn.gov.br;

 

De 15 a 20/04, 1906 - 1º Congresso Operário do Brasil (RJ)

No início do século XX, instalaram-se as primeiras fábricas no Brasil, dando origem ao operariado industrial. O nascente movimento operário brasileiro recebeu grande influência das ideias anarquistas, atraídas pelos migrantes europeus.

O 1º Congresso Operário do Brasil, realizado em 1906 no Rio de Janeiro, deu origem à Conferência Operária Brasileira, à COB, fundada em 1908, primeira organização operária de caráter nacional do país.

Participaram 43 delegados representantes de 28 organizações operárias de vários estados brasileiros. O programa de lutas aprovado no Congresso, tinha, entre outras propostas: redução da jornada de trabalho, estímulo à sindicalização, regulamentação do trabalho e liberdade de reunião.

 

Dia 17, 1996 - Dia Internacional da Luta Camponesa



No dia 17 de abril de 1996, durante a Marcha por Emprego e Reforma Agrária, em Eldorado dos Carajás, no Pará, 19 trabalhadores rurais foram assassinados e mais de cem pessoas ficaram feridas, numa emboscada da Polícia Militar. A ordem para o ataque partiu do governo paraense, numa ação articulada com os fazendeiros da região.



Um dos sem-terra assassinados foi Oziel Alves, de apenas 18 anos que, preso, foi barbaramente torturado até a morte e obrigado a gritar “Viva o MST!”. Reunidas no México naquela mesa data, organizações camponesas de 67 países articuladas na Via Campesina decidiram transformar o dia 17 de abril no Dia Internacional da de Luta Camponesa.



Um ano depois, em abril de 1997, o MST realizou uma caminhada de mil quilômetros rumo a Brasília. Na chegada, o movimento reuniu mais de 100 mil pessoas em um protesto em defesa da Reforma Agrária e pela punição dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado dos Carajás.

Desde então, abril também é marcado como o mês em que são intensificadas as lutas por terras pelo MST e também uma forma de camponeses e camponesas se unirem para lembrar a data e homenagear as vítimas do massacre. É o Abril Vermelho.


Ilustrações: Cacinho, MST, Arquivo JB e Arquivo O Globo

Fonte: Calendário do MST; mst.org.br


Dia 19, 1943 - Dia dos Povos Indígenas

 


O 19 de abril é mais um dia de luta dos muitos povos indígenas brasileiros, cada um com sua cultura e costumes, que não estão nas telas dos cinemas, nas páginas dos livros didáticos nem nas lendas contadas nas escolas, mas na vida real. Eles sabem, através de uma relação harmoniosa com a Natureza, “ouvir a voz carinhosa da mãe-terra, o suave murmúrio dos rios, a sabedoria antiga do irmão-fogo e a voz fofoqueira do vento”, como nos conta Daniel Munduruku.

 

Vidas indígenas importam!

 


A data foi escolhida como o dia do “índio” no 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. O Brasil enviou como representante Roquette-Pinto, que não era indígena. Havia também antropólogo e etnólogo, nenhum indígena. A data foi decretada no Brasil em 1943 por Getúlio Vargas.

O primeiro questionamento é sobre a palavra “índio”. Termo que não define e sim, pode inclusive pejorativamente, ter significados como largado, sujo, selvagem, canibal, bugre. O melhor termo é indígena, que significa “original do lugar”, um “nativo”.

A comemoração dessa data geralmente costuma generalizar a diversidade indígena, desinformando, discriminando e criando uma imagem equivocada, folclórica e distante da realidade dos povos originários. Além disso, o sistema econômico os vêm como improdutivos e que impedem o desenvolvimento do acúmulo de capital.

O que comemorar?

Para os indígenas a sensação é para que comemorar? Ou o que comemorar? Massacre não se comemora! De um lado, uma comemoração oriunda de uma data onde se definiu algumas medidas genéricas, como "respeito à igualdade de direitos e oportunidades” e "respeito por valores positivos de sua identidade histórica e cultural”.

Depois de um governo que rasgou os direitos dos povos, estimulou a invasão de terras e negligenciou a sua saúde indígenas na pandemia, em uma clara política de extermínio dos povos originários, o governo Lula sinaliza em outra direção. A criação de um ministério específico e a imediata intervenção na grave crise humanitária do povo Yanomami demonstram uma mudança. Vamos cobrar!!

Ilustrações: Cristóvão Villela e Cacinho

Fonte: Calendário do MST

Dia 21, 1792 – Tiradentes



A data de hoje homenageia Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, que foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792 por, segundo seu julgamento, liderar um grupo que se organizava para realizar um levante, na então capitania das Minas Gerais, contra a opressão de Portugal sobre o Brasil.

Pesa sobre esta data, muito além do ato heroico de um modesto homem entre seus pares, a lembrança da vil traição daqueles (a)bastardos “bons homens”. “Corajosos” membros da elite colonial, revoltados pela carga tributária sacrificante imposta pela metrópole, que não pensaram duas vezes em clamarem misericórdia à Coroa e, em troca, dar não somente um mísero colaborador subalterno, mas uma punição exemplar que estendeu a servidão brasileira à Casa de Bragança por mais de 100 anos. Não esqueçamos que Pedro I e Pedro II eram, respectivamente, neto e bisneto de Maria I, rainha à época da morte de Tiradentes.



Em uma espécie de delação premiada, o coronel Joaquim Silvério dos Reis, que inclusive era amigo de Tiradentes, denunciou os colegas às autoridades da Coroa Portuguesa para obter o perdão de suas dívidas. Devido ao crime de lesa-majestade (traição à pessoa do rei), considerado gravíssimo, Tiradentes foi enforcado, sua cabeça ficou exposta em um poste em praça pública, na cidade de Ouro Preto, a casa onde morava foi demolida e o terreno foi salgado. Seus descendentes também foram declarados infames.

A classe dominante que matou Tiradentes, mais tarde fez desse dia um feriado nacional. Ela tem medo do povo. Primeiro mata seus líderes, depois levanta estátuas, roubando assim do povo seus próprios símbolos de resistência.

 

Ilustrações de Cacinho e Cristóvão Villela

Fontes: Calendário do MST; marxismo.org; novaescola.org

segunda-feira, 2 de maio de 2022

MAIO

 1º de Maio - Dia Internacional das trabalhadoras e trabalhadores

(reportagem no blog do Pavio)

Dia 5, 1818 

Nascimento de Karl Marx

Karl Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier, Alemanha, filho de Heinrich e Henrietta Marx. Nascido em uma família de classe média, Marx tinha oito irmãos, sendo que cinco morreram ainda jovens. Em outubro de 1835, com 17 anos, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Bonn. Em 1836, seu pai transferiu-o para a Universidade de Berlim, a maior da Alemanha.

Em 1842, Marx começou a trabalhar como jornalista. Seu primeiro artigo, “Comentários sobre a última Instrução sobre a Censura”, foi censurado pelas autoridades. Em outubro de 1842, assumiu a direção da Gazeta Renana, de Colônia. Logo, a circulação do jornal dobrou, adquirindo influência e expressão nacional devido aos incisivos artigos de Marx. Em janeiro de 1843, o governo prussiano decidiu fechar o jornal, após meses de censura implacável. A última edição foi publicada em 31 de março.

Depois de constantes perseguições dos governos por onde passou, Marx viajou para Paris, onde estabeleceu contato com diversos grupos de trabalhadores alemães. Lá, tornou-se comunista convicto e começou a registrar suas ideias e novas concepções em uma série de escritos.

Na Conferência da Liga, em 1847, Marx e Engels receberam a incumbência de escrever um manifesto que fosse a expressão clara de todas as ideias e concepções comunistas. Logo após a publicação desse documento, o Manifesto Comunista, uma onda de revoluções varreu a Europa. Em 1849, voltou a Paris, de onde foi expulso durante as manifestações populares daquele ano. De lá, exilou-se em Londres, onde levou uma vida modesta ajudado pelo seu amigo Engels. Em 1867, seu principal livro, O Capital, foi publicado. Nele, Marx desenvolve sua teoria sobre o valor do trabalho, a mais valia e a exploração. Dedicou ainda grande parte do seu tempo à construção da Internacional Comunista, atuando de maneira incansável na preparação de seus congressos anuais. Marx morreu em 14 de março de 1883, em Londres.

Logo após sua morte, Engels, grande amigo e compartilhador das ideias de Marx, publicou grande parte das suas obras. Cientista social, historiador, jornalista e militante revolucionário, Marx foi sem dúvida o pensador socialista que maior influência exerceu sobre a humanidade.

Ilustração: Clovis 

Dia 08/05 - Dia das Mães



Dia 10/05/1986 – Assassinato de Padre Josimo


Dia 13, 1888 

Lei da Abolição da Escravatura



Entre 1521 e 1859, mais de 6 milhões de negros africanos foram escravizados e trazidos à força para o Brasil. No início do século XIX, estava claro que não seria possível manter por muitos anos a escravidão. Os ideais da Revolução Francesa (1789) – “igualdade, liberdade e fraternidade” – ganhavam cada vez mais adeptos, inclusive no Brasil. E mais importante: o nascente capitalismo estava provando, na prática, que o trabalho assalariado rendia muito mais.

Após muita pressão da Inglaterra, maior potência econômica mundial da época, o Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão. Como sempre, o conservadorismo das nossas elites retardou ao máximo a decisão. Na região do Vale do Paraíba fluminense, inclusive, vários fazendeiros resistiram à Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1988.

Na época, mais de 90% dos escravizados já estavam libertos. A Vila de Acaraté, no Ceará, foi a primeira localidade brasileira a acabar com a escravidão, em 1882. Em 1884, os escravizados foram libertados em todo o estado do Ceará e também no Amazonas.

Sem-terra, sem dinheiro, sem ter onde trabalhar, os negros foram aos milhares para as cidades do Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e outras. Sem conhecer o funcionamento da vida da cidade e sem experiência de trabalho em fábrica, eles acabaram ficando com os piores empregos. Foi essa herança que receberam depois de terem trabalhado 300 anos produzindo riquezas para os senhores de engenho, fazendeiros e donos da minas de ouro, todos amigos de Portugal.

Passados mais de 120 anos da abolição da escravatura, os negros continuam sendo discriminados nas escolas, nos empregos, nos ônibus, nas ruas, nos salários, na TV, e perseguidos pela polícia.

 


15, 1992 - Fundação da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (CONCRAB)

O Movimento dos Sem Terra sempre estimulou as atividades coletivas como principal forma de enfrentar os problemas da produção e comercialização nos assentamentos. Como fruto desse trabalho, surgiram Grupos Coletivos, Associações e Cooperativas de Produção Agropecuária.

O Sistema Cooperativista dos Assentamentos é a organização do Setor de Produção e Comercialização do MST. Ele cuida dos assuntos da produção, comercialização, tecnologia, agroindústria, crédito rural e da organização de base. Esse setor surgiu em 1990 para estimular todas as formas de cooperação agrícola dentro dos assentamentos, integrando também os assentamentos individuais.

Em 15 de maio de 1992, numa histórica assembleia com representantes de cooperativas de dez estados brasileiros, foi fundada, em Curitiba (PR), a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (CONCRAB). Entre os seus objetivos, estão: articular políticas de desenvolvimento agropecuário das cooperativas e assentamentos; organizar escolas técnicas nas área administrativa, financeira e agronômica; estudar o mercado e possibilidade de instalação de agroindústrias; e viabilizar atividades de exportação e importação. .

Em 15 de maio de 1992, numa histórica assembleia com representantes de cooperativas de dez estados brasileiros, foi fundada, em Curitiba (PR), a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (CONCRAB). Entre os seus objetivos, estão: articular políticas de desenvolvimento agropecuário das cooperativas e assentamentos; organizar escolas técnicas nas área administrativa, financeira e agronômica; estudar o mercado e possibilidade de instalação de agroindústrias; e viabilizar atividades de exportação e importação.

17 - Dia Internacional Contra a Homofobia



O Dia Internacional Contra a Homofobia é celebrado anualmente em 17 de maio.

Também é conhecido como “Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia”, pois visa conscientizar a população em geral sobre a luta contra a discriminação dos homossexuais, transexuais e transgêneros.

A homofobia consiste no ódio e repulsa pelo público LGBTQIA + e a luta para combater tanta violência e intolerância torna pauta fundamental para que possamos formar uma sociedade que esteja baseada no respeito á diversidade independente da sua orientação afetivo sexual ou identidade de gênero.

O Dia Internacional Contra a Homofobia (International Day Against Homophobia, em inglês) é comemorado em 17 de maio em memória à data em que o termo “homossexualismo” passou a ser desconsiderado, e a homossexualidade foi excluída da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) , da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 17 de maio de 1990 onde era considerado transtorno ou desvio.

No Brasil, esta data está incluída no calendário oficial do país desde 2010, de acordo com o Decreto de 4 de junho desse ano.

Importante destacar que o objetivo desta data é debater os mais variados tipos de preconceitos contra as diferentes orientações afetivo sexuais e identidades de gênero, além de gerar o desenvolvimento de uma conscientização civil sobre a importância da criminalização da homofobia.

Esta data é um momento importante para a organização de atividades que promovam e apoiem a igualdade de direitos dos homossexuais e da comunidade LGBTQIA +.

 

18 - Dia da Luta Antimanicomial

Por Jamila Zgiet – convidada do Pavio Curto



Engana-se quem pensa que a luta antimanicomial diz respeito somente à extinção dos hospícios e das formas cruéis de tratamento em saúde mental. Pensar de forma não manicomial tem a ver com agir sem preconceitos, respeitar individualidades, identificar e cuidar do sofrimento que afeta o outro.

A psiquiatria, embora possa contribuir muito para o alívio das dores da alma por meio da química, ao longo da história foi responsável pelo aprisionamento dos sujeitos ditos loucos. A instituição psiquiátrica foi local de punição e prisões políticas. A extinta Liga Brasileira de Higiene Mental tinha princípios nazistas, defendendo a eugenia e conferindo cientificidade a posicionamentos retrógrados e preconceituosos. Não por acaso, atualmente órgãos de classe da categoria médica são capazes de ignorar estudos que rejeitam o uso da famigerada hidroxicloroquina ou da ivermectina no combate à Covid-19, mantendo-se “isentões” ou tranquilamente defendendo o atual Governo Federal e sua ausência de medidas contra o vírus.

Ora, se a razão é a econômica e, por ela, vê-se como natural a morte de meio milhão de pessoas em um ano por uma doença para a qual já há vacina, talvez devamos considerar o que a desrazão tem a dizer! Se as mentes sãs e arrazoadas promovem violências gratuitas contra populações pobres e negras e encontram motivos em frases feitas e cheias de ódio, talvez os loucos nos deem alguma dica do que fazer. Um famoso louco ensinava: “gentileza gera gentileza”. Outro insistia: “viva a sociedade alternativa”.

A luta antimanicomial tem a ver com libertar corpos e mentes. É derrubar muros, mas também construir pontes, desnudar os moralismos em que somos imersos. Só seremos capazes de vencer os retrocessos da razão burguesa dando ouvidos aos loucos em vez de votos aos maus.

 

19, 1895 - José Martí: líder da independência cubana



 Nascido em Havana, filho de pais espanhóis e entregue ao ideal de liberdade desde a adolescência, José Martí é um dos mártires da história cubana. Dono de grande sensibilidade poética e retórica, teve seu pensamento político influenciado por experiências vividas na Europa, nos Estados Unidos e também em países latinoamericanos.

Fundador do Partido Revolucionário Cubano, que reuniu compatriotas que tinham a mesma veia libertadora, participou ativamente da articulação política para a Guerra Necessária, contra o domínio espanhol. O confronto teve início em 1895. Martí acabou morto em combate no dia 19 de maio, enquanto comandava a luta nas proximidades do vilarejo de Dos Ríos, na parte leste da ilha.

 

Pioneiro na luta antiimperialista, Martí deixou como legado extensa produção literária, com discursos, ensaios, poesias e peças de teatro. Depois de ser assassinado, seu corpo foi mutilado pelos soldados espanhóis e exibido à população por uma semana antes de ser sepultado, em Santiago de Cuba. Atualmente, o Aeroporto Internacional de Havana leva o seu nome.

 

19 de maio de 1890 – Nascimento de Ho Chi Minh

 

27 – Dia da Mata Atlântica

Certamente você já ouviu um argumento sobre a pressão internacional pela preservação do meio ambiente que diz mais ou menos o seguinte: ‘Esse pessoal estrangeiro só quer preservar nossa floresta porque a deles já foi totalmente desmatada. Aqui a gente cuida da natureza, sim’. Não é bem assim, e o Brasil não é exemplo de consciência ambiental.

Considerado pela WWF Brasil como o bioma mais degradado de nosso país, a Mata Atlântica atualmente conta com somente 12,4% da sua área original de floresta.

Ela está presente em 15% do território brasileiro, em grande parte na área costeira dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe e se estende pelos vizinhos Argentina e Paraguai.

O desmatamento cresceu 27,2% em 2018/2019, com o afrouxamento das leis de proteção da Mata Atlântica pelo ministro Ricardo Salles. O Despacho 4410/2020, por exemplo, permite que proprietários rurais não recuperem áreas desmatadas, ameaçando espécies como a onça-pintada. Se alguma medida efetiva não for tomada nos próximos anos, gerações futuras correm o risco de conhecer a biodiversidade somente pelos livros de História.

 

 Dia 27/05/2021 - Morte de Nelson Sargento

 




Referências:

Calendário Histórico dos Trabalhadores – MST, 1998

Referências

-       Breve História de Cuba

-      



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