domingo, 20 de fevereiro de 2022

FEVEREIRO

 

12/02/2005 – Assassinato de Irmã Dorothy

Neste 12 de fevereiro completam-se 17 anos do assassinato covarde de Irmã Dorothy. Numa estrada de terra a 53 quilômetros de Anapu (PA), a missionária da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Dorothy Mae Stang, de 73 anos, foi executada com sete tiros por defender os sem-terra. Os latifundiários Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão foram condenados a 30 anos de prisão como mandantes do crime.

Segundo uma testemunha, antes de receber os disparos que lhe ceifaram a vida, ao ser indagada se estava armada, Irmã Dorothy afirmou «eis a minha arma! » e mostrou Bíblia.

Norte-americana naturalizada brasileira, Dorothy Stang nasceu em Dayton, no dia 7 de junho de 1931 e chegou ao Brasil em 1966. Desde a década de 1970 atuava na região amazônica, na busca de soluções para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra.

Em Anapu, foi a responsável pela implantação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, modelo de assentamento e gestão que produz uma fonte segura de renda com a colheita de madeira, sem destruir a floresta. A área era disputada por madeireiros e latifundiários.

Irmã Dorothy vinha recebendo ameaças de morte havia mais de um ano, mas não se deixava intimidar: “Não vou fugir nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade, sem devastar”, declarou.

Todo ano, ela é lembrada na Romaria da Floresta, cujo lema é “Celebrar o compromisso de defender a vida da floresta, do povo e do planeta” e reúne lutadores do Brasil e do exterior. É uma caminhada de 55 km, do centro de Anapu até o memorial aos Mártires da Terra e da Floresta, no PDS Esperança. 

A missionária tornou-se um dos maiores símbolos de resistência do MST. Em todo o Brasil, vários assentamentos homenageiam o seu legado. Em Quatis, região Sul Fluminense, foi criado em 2015 o Assentamento Irmã Dorothy. Ela também é uma da fagulhas que inspiram o Pavio Curto!

Fontes: memorialdademocracia.com.br; mst.org.br; averdade.org.br;


12/02/1908 – Nascimento de Olga Benário

Olga Gutman Benário nasceu em Munique, Alemanha, em 12 de fevereiro de 1908. Aos quinze anos, passou a ser militante da Juventude Comunista. Apaixonada por Otto Braum, foi com ele para Berlim, sendo presos em 1926. Liberada após dois meses, enquanto Otto permanecia preso, Olga liderou um grupo que o libertou em abril de 1928. Por essa ousada atitude, ela passou a ser perseguida pelas autoridades alemãs.

Por decisão do PC, o casal viajou clandestinamente para Moscou, onde Olga se tornou destacada dirigente da Internacional Comunista. No final de 1934, já separada de Otto, ela seria incumbida de acompanhar e cuidar da segurança de Luiz Carlos Prestes na viagem de volta ao Brasil, onde o governo Vargas havia decretado sua prisão. Os dois viajaram com passaportes falsos, como se fossem marido e mulher, mas acabaram se apaixonando e tornando-se companheiros de fato durante a viagem.


No Brasil, Prestes foi eleito presidente de honra da ANL, tornando-se a principal liderança do movimento antifascista. Na clandestinidade, após a ordem de Getúlio para fechamento da ANL, Prestes e Olga participaram da preparação da insurreição armada com o objetivo de instalar no Brasil um governo Popular Nacional Revolucionário.



Após as revoltas de 1935, violentamente reprimidas pela polícia, Prestes e Olga foram presos no subúrbio carioca do Méier pela polícia do governo Vargas. Os dois foram separados e Olga foi levada para a Casa de Detenção da rua Frei Caneca, onde foi detida com outras revolucionárias.

Extraditada para Berlim, conseguiu criar a filha até 14 meses, graças à ajuda que recebeu da mãe e da irmã de Prestes. Elas comandaram, em Paris, a campanha internacional de solidariedade aos presos políticos brasileiros, que favoreceu a entrega de Anita à avó Leocádia Prestes, mas não impediu que Olga fosse assassinada em 23 de abril de 1942 na câmara de gás do campo de concentração de Bernburg.

Pouco antes de ser executada ela escreveu: ”Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo”. Olga também é uma da fagulhas que inspiram o Pavio Curto!

 

Fonte: pcb.org.br; ebiografia.com