terça-feira, 20 de julho de 2021

Julho (16/07 a 31/07)

 Calendário de Classe 

Apesar de todos os apelos da sociedade de consumo, ainda não somos descartáveis. Para vivermos o presente e construirmos o futuro, precisamos conhecer nossa história, homenagear nossos mártires, cultivar nossa cultura, valores e tradições de luta. 

A cada edição, o Pavio Curto publicará este calendário apresentando datas e acontecimentos importantes para a classe trabalhadora. Acontecimentos que devem ser estudados e debatidos. Datas que merecem nossa lembrança. 


 16, 1920 – Nascimento de Elizeth Cardoso 

A Divina...a Enluarada...assim permanece lembrada Elizeth Cardoso, neste 16 de julho, quando completaria 101 anos.  Ela é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira, além de uma das mais talentosas cantoras de todos os tempos. Shows, discos, parcerias e interpretações inesquecíveis marcaram a carreira dessa carioca nascida em uma família pobre, que nunca esqueceu sua origem popular. Também não se curvou ao machismo e ao preconceito dominante no meio artístico da sua época. A obra e a vida de Elizeth permanecem vivas, porque, segundo Chico Buarque ela “é a nossa cantora mais amada. Voz de mãe, e mãe de toda as cantoras do Brasil. “


 18, 1918 – Nascimento de Nelson Mandela 

Nelson Mandela (1918 - 2013) foi um líder que marcou a história da África do Sul e influenciou uma mudança de pensamento no mundo inteiro. Ao longo de sua vida nos presenteou com várias mensagens de sabedoria que nos inspiram e motivam a lutar pela justiça social, pela liberdade, pelo amor, pela vida. Neste 18 de julho, quando completaria 103 anos, Mandela, o Madiba, prêmio Nobel da Paz em 1993 e primeiro presidente negro da África do Sul (1994-99) é homenageado pelo Pavio Curto por algumas de suas lindas frases que permanecem no nosso coração e na memória da humanidade. 

“Lutei contra a dominação branca e contra a dominação negra. Defendi o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se for preciso, é um ideal para o qual estou disposto a morrer”. (1964)

“A grandeza da vida não consiste em não cair nunca, mas em nos levantarmos cada vez que caímos”. (1994)

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração”. (1994)

“Lutar contra a pobreza não é um assunto de caridade, mas de justiça”. (2005)


 18, 1936 – Guerra Civil Espanhola 

Em fevereiro de 1936, a Frente Popular reunindo vários setores democráticos e de esquerda (socialistas, comunistas, anarquistas, liberais) elegeu Manuel Azaña como presidente. Em uma tentativa de golpe da extrema direita em 18 de julho começava a Guerra Civil Espanhola. 

Essa guerra, devido ao clima político internacional na época, teve muitas facetas, e diferentes pontos de vista a viram como uma luta de classes, uma guerra religiosa, uma luta entre ditadura e democracia republicana, entre revolução e contrarrevolução, entre fascismo e comunismo. 

Os nacionalistas venceram a guerra no início de 1939 e governaram a Espanha até a morte de Franco em novembro de 1975. Durante 36 anos, essa ditadura causou a morte de mais de 500 mil pessoas. Em 2007, o Papa Bento XVI beatificou esses mortos, porém em 2013 os sobreviventes da ditadura do general Franco pediram ao Papa Francisco que reconhecesse o apoio da Igreja Católica à ditadura na Espanha.

A lei de anistia de 1977 garante a imunidade de todos os agentes do Estado envolvidos em qualquer tipo de denúncia. Apenas em outubro de 2008 o então juiz Baltasar Garzón, conhecido por ter pedido a prisão do ditador chileno Augusto Pinochet, abriu a primeira causa na história espanhola para investigar os crimes ocorridos entre 1936 e 1975. 

Integrantes de diferentes associações de vítimas da guerra civil (1936-1939) e do franquismo (1939-1975) pediram a abertura de uma Comissão da Verdade e do julgamento dos implicados nos crimes cometidos durante a guerra e a ditadura de Francisco Franco, o que só aconteceu em 2018.


 20 – Homem na Lua 

Sim, o ser humano foi à lua e não, a Terra não é plana.

A Apollo 11 foi um voo espacial tripulado norte-americano responsável pelo primeiro pouso na Lua. Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin alunissaram o módulo lunar Eagle em 20 de julho de 1969 às 20h17min, horário norte-americano. 

Armstrong e Aldrin passaram um total de 21 horas e meia na Lua até reencontrarem-se com Collins.

O pano de fundo dessa viagem era a Guerra Fria que impulsionou a Corrida Espacial.



Poucos sabem, mas o principal engenheiro pela chegada à Lua foi Wernher von Braun, um nazista que se entregou aos norte-americanos. Do outro lado, na extinta União Soviética o engenheiro Sergei Pavlovich Korolev era quem comandava a corrida. Antes de sua súbita morte em 1966, a União Soviética liderava a corrida espacial, e planos para colocar o primeiro homem na lua haviam começado a serem implementados. Sergei Korolev foi, ao contrário do que é propagado, o verdadeiro criador do desafio de levar homens à lua, embora a URSS nunca tenha admitido publicamente que pretendia este feito. Os Estados Unidos, em contrapartida, o fizeram através de um desafio público lançado pelo presidente John F. Kennedy.

Antes de sua morte ele era conhecido como "Engenheiro Chefe", pois os soviéticos temiam que os Estados Unidos enviassem agentes para assassiná-lo.


 23, 1993 – Massacre da Candelária 

Na noite de 23 de julho de 1993, pouco antes da meia-noite, um táxi e um Chevette com placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Em seguida, os ocupantes atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da Igreja.

Posteriormente, nas investigações, descobriu-se que os autores dos disparos eram milicianos. Como resultado, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Segundo estudos realizados por associações ligadas à organização Anistia Internacional, quarenta e quatro das setenta pessoas que dormiam nas ruas daquela região perderam a vida de forma violenta. A maioria das vítimas eram pobres e negras.

Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos em uma cruz de madeira, erguida no jardim de frente da Igreja:

    • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos

    • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos

    • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos

    • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos

    • "Gambazinho", 17 anos

    • Leandro Santos da Conceição, 17 anos

    • Paulo José da Silva, 18 anos

    • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos

Infelizmente, os massacres continuam hoje, uns velados, outros escancarados nos noticiários através das incursões das polícias nas comunidades. A guerra contra o tráfico é na verdade a guerra contra o pobre, principalmente contra o preto. 


 24, 1995 – Assassinato do padre Ezequiel Ramin 

Nesse dia, Padre Ezequiel foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz, juntamente com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cacoal (Rondônia).



Ele foi falar a colonos ameaçados de despejo para que não partissem para o conflito. Enquanto voltava para casa, o carro em que viajavam foi alvejado por tiros. Nem os mandantes ou os assassinos foram presos. Ele tinha 32 anos.

Padre Ezequiel era missionário comboniano. Em 1980, foi ordenado em Pádua, e permaneceria na Itália até ser enviado para o Brasil, em 1983.

Depois de alguns meses em Brasília, onde estudou português e a realidade da sociedade e da Igreja brasileira, foi enviado para a comunidade de combonianos em Cacoal.

Na região, encontrou uma acentuada situação de desigualdade social decorrente da ausência de reforma agrária e uso da violência pelos grandes latifundiários, que grilavam terras para ampliar suas propriedades. Desse modo, colocou-se ao lado dos indígenas e pequenos trabalhadores rurais na luta pelo direito à terra, ao trabalho e à vida digna.

Documentário

Em 2015, a Verbo Filmes, produtora ligada à Congregação do Verbo Divino, lançou o documentário “Ezequiel Ramin – O Mártir da Opção pelos Pobres”, produzido em parceria com os missionários combonianos.


 25 – Dia do Trabalhador Rural 

No dia 25 de julho e 1824, aconteceu no Brasil a primeira conquista de terra para quem nela trabalha pelos pobres migrantes. Quando a classe dominante brasileira (senhores de engenho, donos de minas, grandes criadores de gado) percebe que o fim da escravidão é apenas uma questão de tempo, busca outra alternativa para continuar explorando os trabalhadores com a cumplicidade dos governos do países europeus (Alemanha, Polônia, Itália) para trazer de lá mão de obra mais barata dos camponeses.

O primeiros a chegarem foram os suíços, que foram instalados em 1819 em Nova Friburgo (RJ), para produzirem alimentos para a cidade do Rio de Janeiro. Os de maior destaque, entretanto, são os imigrantes que foram encaminhados para o sul do Brasil (RS, SC e PR). As primeiras terras que receberam estavam habitadas por povos indígenas. Nessa batalha campal, vencia o mais forte. Muitos morreram nessa guerra entre irmãos (tanto indígenas como imigrantes); outros morreram doentes. Os que sobreviveram enfrentaram muitas dificuldades.

O dia 25 de julho simbolizou um marco na conquista do direito à terra pelos pobres, até então negado. Símbolo da migração camponesa, a data foi aos poucos sendo popularizada pelas Igrejas Católica e Luterana, como dia dos agricultores, dos trabalhadores da roça. Ao longo dos anos foi se ampliando e hoje, assimilado pelas organizações dos trabalhadores, se nacionalizou. 

Na ditadura militar, o governo Médici quis mudar a data e decretou o 25 de maio como dia oficial do Trabalhador Rural, em homenagem ao Estatuto do Trabalhador Rural e ao Funrural, duas leis dirigidas ao campo. Mas a data não teve a adesão das organizações dos trabalhadores e acabou sendo esquecida. 

A partir de 1824, ingressaram no Brasil, como migrantes, camponeses oriundos da Europa, mais de 1,6 milhão de italianos (parte ficou nas cidades), 700 mil espanhóis (muitos como artesãos nas cidades), 250 mil alemães, 220 mil japoneses e 100 mil de outras nacionalidades. E ainda mais de 1,7 milhão de portugueses pobres, mas a maioria se radicou no comércio.


 25 - Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha 

Em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde então, muitas ONGs têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.

No Brasil, a data homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro. A mulher negra é, ainda hoje, a principal vítima de feminicídio, das violências doméstica e obstétrica e da mortalidade materna.

Tereza de Benguela, foi uma mulher quilombola, rainha e chefe de estado, que viveu no século XVIII no Vale do Guaporé. Ela liderou o Quilombo de Quariterê, no estado do Mato Grosso, que resistiu da década de 1730 até o final do século.


Referências: 

Calendário Histórico dos Trabalhadores – MST, 1998; Calendarr Brasil; Calendário Feminista;  Opera Mundi; Gazeta do Povo; O Globo; Wikipédia; 

sábado, 3 de julho de 2021

Julho

 Apesar de todos os apelos da sociedade de consumo, ainda não somos descartáveis. Para vivermos o presente e construirmos o futuro, precisamos conhecer nossa história, homenagear nossos mártires, cultivar nossa cultura, valores e tradições de luta. 

A cada edição, o Pavio Curto publicará este calendário apresentando datas e acontecimentos importantes para a classe trabalhadora. Acontecimentos que devem ser estudados e debatidos. Datas que merecem nossa lembrança. 

Julho   (01 a 15/07)

03 - Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

3 de julho é o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. A data faz referência à aprovação pelo Congresso Nacional, no ano de 1951, da Lei nº 1.390 (Lei Afonso Arinos, proposta pelo jurista e político mineiro), sendo esta a primeira lei contra o racismo no Brasil. Mais adiante, a Lei nº 7.437/1985 deu nova redação a esta: inclui, entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.


06, 1907 – Nascimento de Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, mais conhecida por seu pseudônimo artístico, Frida Kahlo, nasceu na pequena vila de Coyoacán, próxima à cidade do México, no dia 06 de julho de 1907. Ela afirma em seu diário ter nascido em 1910, porque como teve parte da infância vivida entre tiroteios e disputas entre camponeses na Revolução Mexicana de 1910, Frida denominava-se como “filha da revolução”.

Pintora surrealista, revolucionária marxista e bissexual, pintou em suas obras a difícil vida que levou, até sua morte precoce, aos 47 anos. Nelas, também retratava questões sociais e sua militância.

Desde pequena, a pintora teve uma vida marcada por doenças. Com seis anos de idade contrai poliomielite, que lhe deixa uma sequela no pé. Por conta disso, Frida passa a usar calças compridas e, mais tarde, longas saias coloridas, que serão sua marca.

Aos 18 anos sofre um grave acidente de bonde e durante a sua longa convalescença, começa a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.

Sua obra recebia influência da arte indígena mexicana. Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os autorretratos. Frida Kahlo era também aficionada por fotografia. As suas pinturas tinham frequentemente fortes elementos autobiográficos e misturavam realismo com fantasia.  Em 1928, entrou para o Partido Comunista Mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte, em um casamento tumultuado.

Frida Kahlo lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, recém-fundada na cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo. 

Em 1953, o estado de saúde da pintora agravou-se. Os pés tiveram gangrena e precisaram ser amputados. Apesar da tristeza com a situação, esse momento eternizou uma de suas mais famosas frases e que representa toda a vida de Frida: “Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?”

Decorrente de uma grave pneumonia, Frida falece no dia 13 de julho de 1954, aos 47 anos. No diário da artista foi encontrada a seguinte frase:

"Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais."


09 a 16, 1917 – Primeira Greve Geral em São Paulo 

A Greve Geral de 1917 foi um movimento organizado pelos operários e comerciantes de São Paulo nos meses de junho e julho.

Os trabalhadores pediam melhores condições de trabalho e aumento de salário. Depois de cinco dias de paralisação geral, os grevistas tiveram suas reivindicações atendidas.

A paralisação começou na fábrica Crespi que empregava 2.000 trabalhadores, no bairro da Moca. Os operários pediam aumento de salário, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e do trabalho feminino à noite.

Esse movimento se espalha por outras fábricas do bairro provocando a adesão de mais operários. Inspirados pelas ideias anarquistas divulgadas pelo jornalista Edgar Leuenroth, os trabalhadores fazem os primeiros comícios em bairros e praças públicas.

Ao longo de todo mês de junho várias fábricas somam-se à greve. Em 8 de julho é criado o Comitê de Greve, proposto pelos anarquistas. No dia seguinte, a polícia mata o sapateiro espanhol José Martinez e causa revolta entre os grevistas.

Em 12 de julho, a greve estava decretada. São Paulo amanhece com fábricas, comércios e transportes parados. Diante da forte repressão policial, os operários se recusam a negociar diretamente com os patrões e jornalistas se encarregam de formar uma comissão intermediadora.

Depois de árduas negociações, os operários conquistaram o aumento de 20% de salário, direito de associação e a não demissão dos envolvidos na greve. No dia 16 de julho, um comício realizado no Largo da Concórdia, decreta o fim da primeira greve geral do Brasil.


12/07 - 24º aniv. Malala Yousafzai

Malala Yousafzai (1997) é uma militante dos direitos das crianças, uma jovem paquistanesa que foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de ir à escola. Com 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Em 2010, embora o governo tivesse anunciado a expulsão do Talibã da região do Vale do Swat, no Paquistão, a milícia continuava rondando a área. Malala que já era conhecida por defender em entrevistas e palestras o direito das meninas à educação, passou a receber ameaças de morte. No dia 9 de outubro de 2012, com 15 anos, Malala que estudava na província de Khyber Pakhtunkhwa, enquanto voltava para casa, seu ônibus escolar foi parado por membros do Talibã, que subiram a bordo e perguntaram: “Quem é Malala?”. Ninguém respondeu, mas um dos terroristas a reconheceu e disparou três tiros em sua cabeça. Malala sobreviveu ao atentado, recuperou-se e não recuou de suas convicções. Tornou-se porta voz de uma causa – o direito à educação. Sua família mudou-se para Birmingham, onde vive exilada. No dia 10 de outubro de 2014, com 17 anos, Malala recebeu o “Prêmio Nobel da Paz”, tornando-se a mais jovem ganhadora da premiação.

13 – Dia Mundial do Rock

No dia 13 de julho de 1985, aconteceu o chamado Live Aid, realizado principalmente em Londres e na Filadélfia (apesar de também contar com alguns shows na Austrália, na Rússia e no Japão).

Foi um festival histórico, idealizado para arrecadar doações para famílias pobres na Etiópia. A produção contou com uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e televisão de todos os tempos, resultando em mais de 1,5 bilhão de espectadores

O festival incluiu alguns dos nomes mais memoráveis do rock. A lista tem Sting, U2, Phil Collins, Dire Straits, David Bowie, The Who, Elton John, Paul McCartney, Eric Clapton, Mick Jagger e Bob Dylan

Por volta de 1987, a data começou a ser celebrada principalmente por rádios brasileiras de rock. O curioso é que apesar de ser chamado aqui de “dia mundial”, a data só é comemorada no nosso país!

Nos Estados Unidos, por exemplo, a data considerada é 9 de julho, data em que estreou o programa American Bandstand, que ajudou a popularizar o gênero entre as décadas de 50 e 80.  

 


14 – Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias 

O Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias tem como objetivo de conscientizar e organizar os problemas enfrentados por indivíduos não-binários em todo o mundo. O dia foi comemorado pela primeira vez em 2012. A data foi escolhida por ser precisamente entre o Dia Internacional do Homem e o Dia Internacional da Mulher.

Não-binariedade ou identidades não-binária é um "termo guarda-chuva" (que abarca várias identidades diferentes dentro de si) para identidades de gênero que não são masculinas ou femininas, estando portanto fora do binário de gênero e da cisnormatividade. Academicamente, a não-binariedade pode ser frequentemente agrupada à inconformidade de gênero. Pessoas não-binárias podem classificar a sua identidade de gênero de várias maneiras, entre as quais:

Agênero (ausência total de gênero)

Neutros (identidade de gênero neutra)

Bigênero (identidade de gênero dupla ou ambígua)

Poligênero (identidade de gênero plural ou múltipla)

Gênero-fluido (identidade de gênero fluida)

Intergênero (identidade de gênero interligada a uma variação intersexo ou intermediária de outros gêneros)

Demigênero (identidade de gênero parcial)

Trigênero (identidade de gênero tripla)

Pangênero (ter todos os gêneros acessíveis e possíveis dentro de sua vivência)

 

 


14 – Dia da Liberdade de Pensamento

Em 14 de julho é comemorado em todo o mundo o Dia da Liberdade de Pensamento. A primeira vez em que foram definidos a liberdade e os direitos fundamentais do Homem foi por meio da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte da França em 26 de agosto de 1789. Vale lembrar, ainda, que o dia 14 de julho remete a uma data muito importante na história: a Queda da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa.

Além de ter servido de inspiração para as constituições francesas de 1848 e para a atual, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão também foi base da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948

“Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.

“Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.


14, 1789 – Revolução Francesa – Queda da Bastilha

A queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, é considerado o evento que deu início à Revolução Francesa. A Bastilha era uma grande prisão considerada símbolo do Antigo Regime, e sua tomada pela população de Paris espalhou a revolução por toda a França. Esse alastramento da revolta popular resultou em grandes transformações sociais e políticas no país e marcou a queda do Antigo Regime. A tomada da Bastilha foi consequência da grave crise que a sociedade francesa enfrentava no final do século XVIII.

A Revolução Francesa foi resultado da grave crise que a sociedade francesa enfrentava nas décadas de 1770 e 1780. Nesse período, a França possuía uma monarquia absolutista e era governada por Luís XVI, que concentrava todo o poder do Estado francês. Além disso, a sociedade francesa era dividida em três grandes grupos, conhecidos como estados.

O Primeiro Estado representava o clero e os representantes da sociedade vinculados à Igreja. O Segundo Estado representava a aristocracia francesa, isto é, a nobreza, que mantinha uma série de privilégios e viviam à custa do Estado e de seus feudos. Essas duas classes, juntas, impunham uma grande opressão e exploração sobre o Terceiro Estado, o qual agrupava o povo em geral e formava cerca de 95% da população francesa, mas que era representado oficialmente pela burguesia francesa.

Clero e nobreza possuíam uma série de privilégios, como terras cedidas pelo rei francês e isenção de impostos, e dispunham um estilo de vida extremamente luxuoso. A partir da década de 1770, com a crise econômica que se instalou na França, a nobreza, principalmente, ampliou sua exploração sobre o povo, exigindo cada vez mais dinheiro dos camponeses que trabalhavam em suas terras.

O povo, sobretudo os camponeses, viviam em uma situação extremamente difícil nessa época, pois, segundo o historiador Eric Hobsbawm, “os tributos feudais, os dízimos e as taxas tiravam uma grande e cada vez maior proporção da renda do camponês, e a inflação reduzia o valor do resto”.

A situação dos camponeses era agravada pela forte crise econômica que afetava o país. Essa crise resultava do envolvimento da França na Revolução Americana. Os altos gastos do país na guerra contra a Inglaterra faliram a economia francesa, ainda mais fragilizada com a manutenção pela Coroa do padrão de vida luxuoso da nobreza francesa. Hobsbawm estima que a França gastava, na época, 20% a mais do que arrecadava.

O grande estopim que transformou a revolta popular em revolta generalizada foi o quadro de fome que se espalhou no país após colheitas ruins em 1788 e 1789 e um inverno rigoroso. Esses dois fatores contribuíram para o aumento do custo de vida, principalmente dos alimentos, e impulsionaram o povo para a rebelião e, em outros casos, para o banditismo.

 

Referências: 

Calendário Histórico dos Trabalhadores – MST, 1998; Calendarr Brasil; Brasil Escola UOL; Toda Matéria; Calendário Feminista