terça-feira, 4 de janeiro de 2022

JANEIRO DE 2022

 

04/01/1988 – Morte de HENFIL

Henrique de Sousa Filho, o Henfil, foi desenhista, jornalista e escritor. Ficou célebre por desenhos com forte crítica política e social. Seus personagens mais famosos foram “Os Fradinhos”. Quem não se lembra da Graúna, Zeferino, Bode Francisco Orelana e Ubaldo, o paranoico?

Ao criar personagens típicos brasileiros, renovou o desenho humorístico nacional, assumindo o projeto de “descolonização”, num momento em que as HQs nacionais tinham seu desenvolvimento sufocado pela distribuição dos quadrinhos norte-americanos.

Henfil foi um duro opositor da ditadura militar e se engajou de corpo, alma e traço na campanha das Diretas Já e na luta por uma Constituinte Popular, tendo sido um dos principais colaboradores do jornal O Pasquim, referência da imprensa alternativa nos anos de chumbo.

Era irmão do sociólogo Herbert de Sousa (1935-1997), o Betinho, e do compositor e violonista Francisco Mário (1948-1988). Os três irmãos eram hemofílicos e morreram após contraírem o vírus da aids em transfusões de sangue.

Henfil foi o patrono do Pavio Curto na época do seu primeiro lançamento, em 2001.

Para nós, a sua obra é imortal. Lembrando as palavras do saudoso Hélio Pelegrino em artigo publicado no JB logo após a morte de Henfil: “O humor de Henfil é nossa vingança, nossa forma de soberania incorruptível, que nos faz livres, incondicionais, acima de dilacerações e rancores sem saída.”

 

Fala, Henfil!

“Morro, mas meu desenho fica”.


“Enquanto acreditarmos no nosso sonho, nada é por acaso”.


“É preciso a certeza de que tudo vai mudar;

É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós: onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.

O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração;

Pois a vida está nos olhos de quem sabe ver…

Se não houve frutos, valeu a beleza das flores.

Se não houve flores, valeu a sombra das folhas.

Se não houve folhas, valeu a intenção da semente.”


Desenha, Henfil! 











Charges cedidas pelo Instituto Henfil 


Fontes: MORAES, Dênis de: O rebelde do traço: a vida de Henfil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997; Instituto Henfil