1º/04/2021 – Lançamento do Pavio Curto 21
Com o slogan “Um jornal crítico e bem humorado” e tendo como patrono Henfil e inspiração no Pasquim, o projeto do Pavio Curto nasceu em 2001, quando foram lançadas cinco edições impressas por quatro jornalistas e chargistas do Sul Fluminense. Logo o grupo se ampliou com vários ativistas de movimentos populares da região.
Mesmo com a cotização de amig@s do Pavio, os custos de impressão e
o boicote das bancas de jornais à imprensa alternativa impediu a continuidade
do projeto. Mas a chama nunca se apagou, com duas tentativas de retorno em 2013
e 2017. E, no início de 2021, segundo ano da Pandemia, o grupo original voltou
a se reunir e retomou o projeto. Em 31 de março, um debate em defesa da
democracia e contra o fascismo marcou o lançamento do Pavio Curto 21, agora
digital, cuja primeira edição foi para as redes em 1º de abril.
O projeto político editorial foi atualizado, incorporando novas
pautas, seções e vários colaboradores, os “acendedores” e “amig@s” do Pavio
Curto, abarcando inúmeros lugares de fala, diversas áreas de atuação e regiões,
com foco no Sul Fluminense. Também os patronos – as “fagulhas que nos inspiram”
– aumentaram, expressando maior diversidade.
Refirmando suas origens, o Pavio Curto 21 assume que “é
apartidário, mas sempre tomará partido”, negando a falsa neutralidade
jornalística. “Na verdade, ela encobre a cumplicidade com o atual estado de
coisas”, afirma o seu editorial de lançamento. A crítica política e social bem
humorada através da utilização da linguagem da charge, do cartum, da caricatura
e dos quadrinhos é outra marca do Pavio.
Mais que um jornal alternativo, o Pavio Curto 21 é um Coletivo de
Cultura e Mídia Popular, promovendo debates, palestras e outras atividades
formativas e culturais para a denúncia, crítica e luta contra o avanço do
fascismo e o capitalismo, estimulando a polêmica e incentivando a construção de
uma alternativa que aponte para uma nova sociedade, em defesa da vida, da
democracia, da justiça social, do respeito à diversidade, da paz e do amor.
Texto: Alvaro Britto
Ilustração: Cacinho
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07/04
Dia Mundial da Saúde
Dia Nacional do
Jornalista
13/04 – Dia Internacional
do Beijo
Mas há também a
versão de uma lenda italiana sobre um jovem chamado Enrique Porchelo, conhecido
por ter beijado todas as mulheres de sua vila. Cansado de tantos rumores, o
padre da pequena vila ofereceu um prêmio em moedas de ouro para a mulher que
nunca tivesse sido beijada pelo jovem italiano. Ninguém apareceu para reclamar
o prêmio e, de acordo com a lenda, o tesouro permanece escondido em algum lugar
da Itália. Supostamente, a origem desta história remonta ao dia 13 de abril de
1882.
Sobre a origem do beijo, os evolucionistas concluíram
que o que hoje conhecemos como “beijo”
foi, no passado, uma forma de
alimentação que consistia em mastigar a comida e passá-la para outra boca – a dos filhos,
por exemplo. Muito parecida ao que os pássaros fazem com os seus filhotes. Assim,
as mães transmitiam, além do alimento, doses extras de zinco, ferro e carboidratos através
da saliva, que transferia
geradores de anticorpos, além do fato de que a comida pré digerida
pode ser absorvida mais facilmente
pelo sistema digestivo dos bebês.
Beijar é um excelente exercício que ajuda a queimar calorias liberando adrenalina e noradrenalina que fazem com que o
coração bata mais rápido. Também está relacionado com a redução do chamado
“colesterol ruim”. Isso mesmo, quem beija bastante tem menos tendência a ter
colesterol alto e diminui o stress. Segundo
estudos de especialistas, o beijo pode
ser comparado a uma droga natural, pois causa um aumento da
ocitocina, hormônio responsável por gerar alterações físicas e neurológicas. Curiosamente,
o beijo foi proibido na Inglaterra em 1439 pelo rei Henrique VI para evitar a
proliferação de bactérias.
Portanto, o Pavio
Curto recomenda: beije sem moderação!!
Ilustração: Clovis Lima
Fontes: calendarr.com;
zankyou.com.br; infobae.com
14/04/1976 -
Assassinato de Zuzu Angel
Zuleika de Souza Netto, a Zuzu Angel, foi estilista
brasileira com grande expressão na moda internacional. Ela enfrentou a ditadura
militar e denunciou no exterior o que ocorria no Brasil em busca do seu filho Stuart
Angel Jones, militante assassinado pelo governo e transformado em desaparecido
político.
Conhecida no exterior e com trânsito entre autoridades
internacionais, apresentou documentos e depoimentos sobre o que acontecia nos
porões da ditadura, inclusive de quem viu seu filho nas celas sendo torturado.
A procura desesperada dos culpados pelo desaparecimento do
filho só terminou com sua morte, na madrugada de 14 de abril de 1976, num
estranho “acidente” de carro na saída do Túnel Dois Irmãos, no Rio. Hoje o
túnel tem o seu nome – “Túnel Zuzu Angel”
Segundo a versão oficial da época, seu carro derrapou e saiu
da pista, chocou-se contra a mureta, capotando e caindo na estrada abaixo,
matando-a instantaneamente. Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa
de Chico Buarque um documento que deveria ser publicado caso algo lhe
acontecesse, onde estava escrito: "Se eu aparecer morta, por acidente ou
outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho".
Em 1998, a Comissão dos Desaparecidos Políticos investigou a sua morte. No relatório final de 2007, depoimentos de duas testemunhas oculares do acidente afirmaram ter visto o carro de Zuzu ter sido fechado por outro e jogado fora da pista, caindo de uma altura de cerca de cinco metros.
Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade recebeu de Cláudio Guerra,
ex-agente da repressão que operou como delegado do DOPS a confirmação da
participação dos agentes da repressão na morte de Zuzu.
Em 2019, sua filha Hildegard Angel foi ao cartório do
Registro Civil com um mandado judicial e conseguiu finalmente as certidões de
óbito de sua mãe e de seu irmão. A causa das mortes foi atestada como "não
natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição
sistêmica e generalizada à população identificada como opositora política ao
regime ditatorial”.
Texto: Ernesto Germano
(editado)
Ilustração: Cristovão Villela
15/04 – Dia Mundial do
Desenhista
O Dia
do Desenhista foi criado em homenagem ao aniversário de um dos mais importantes
desenhistas de todos os tempos: Leonardo da Vinci, que nasceu em 15
de abril de 1452, na cidade de Vinci, na Itália. Além de respeitado desenhista
e pintor, também foi escultor, pensador, escritor, inovador científico,
engenheiro, matemático e filósofo.
Leonardo
da Vinci é considerado um dos maiores artistas renascentistas e marcou presença
em vários segmentos da arte, principalmente o desenho, que usava como
frequência para embasar e registrar seus inventos. A data foi instituída em
2011, através de uma iniciativa da Associação Internacional de Artes (IAA),
considerada a maior organização não-governamental de artes visuais, criada em
1954 pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura.
A
data homenageia os profissionais e artistas que encantam e fascinam com seus
traços e criatividade. O desenhista, além da sensibilidade, precisa entender os
sentidos de perspectiva, ângulo, profundidade, luz e sombra na hora de produzir
os seus trabalhos. Ele pode atuar em diversas áreas, desde ilustrações voltadas
para o entretenimento, arte digital, agências de publicidade ou até mesmo
desenhar como um hobby.
Em todo o mundo, inúmeros desenhistas utilizam sua
arte de forme engajada, denunciando as opressões e injustiças. No Brasil não é
diferente. Entre eles, destacamos Henfil,
patrono do Pavio Curto na época do seu
primeiro lançamento, em 2001, e atualmente uma das fagulhas que nos inspiram.
Ele ficou célebre por desenhos com forte crítica política e social.
Henfil foi um duro opositor da ditadura militar e se engajou de corpo, alma e traço na campanha das Diretas Já e na luta por uma Constituinte Popular, tendo sido um dos principais colaboradores do jornal O Pasquim, referência da imprensa alternativa.
Parabéns aos desenhistas, em especial @s amig@s do Pavio!!
Vídeo: Como nasce um desenhista, por Cacinho
De 15 a 20/04, 1906 - 1º Congresso Operário do Brasil (RJ)
No início do século XX, instalaram-se as primeiras
fábricas no Brasil, dando origem ao operariado industrial. O nascente movimento
operário brasileiro recebeu grande influência das ideias anarquistas, atraídas
pelos migrantes europeus.
O 1º Congresso Operário do Brasil, realizado em 1906 no
Rio de Janeiro, deu origem à Conferência Operária Brasileira, à COB, fundada em
1908, primeira organização operária de caráter nacional do país.
Participaram 43 delegados representantes de 28
organizações operárias de vários estados brasileiros. O programa de lutas
aprovado no Congresso, tinha, entre outras propostas: redução da jornada de
trabalho, estímulo à sindicalização, regulamentação do trabalho e liberdade de
reunião.
Dia 17 – Pascoa
Feliz Páscoa aos amig@s e seguidores do Pavio Curto1 !!
Ilustração: Clóvis Lima
Dia 17, 1996
Dia Internacional da Luta Camponesa
No dia 17 de abril de 1996, durante a Marcha por Emprego
e Reforma Agrária, em Eldorado dos Carajás, no Pará, 19 trabalhadores rurais
foram assassinados e mais de cem pessoas ficaram feridas, numa emboscada da
Polícia Militar. A ordem para o ataque partiu do governo paraense, numa ação
articulada com os fazendeiros da região.
Um dos sem-terra assassinados foi Oziel Alves, de apenas
18 anos que, preso, foi barbaramente torturado até a morte e obrigado a gritar
“Viva o MST!”. Reunidas no México naquela mesa data, organizações camponesas de
67 países articuladas na Via Campesina decidiram transformar o dia 17 de abril
no Dia Internacional da de Luta Camponesa.
Um ano depois, em abril de 1997, o MST realizou uma
caminhada de mil quilômetros rumo a Brasília. Na chegada, o movimento reuniu
mais de 100 mil pessoas em um protesto em defesa da Reforma Agrária e pela
punição dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado dos Carajás.
Desde então, abril também é marcado como o mês em que são
intensificadas as lutas por terras pelo MST e também uma forma de camponeses e
camponesas se unirem para lembrar a data e homenagear as vítimas do massacre. É
o Abril Vermelho.
Dia
19, 1943
Dia dos Povos Indígenas
Vidas indígenas importam!
O 19 de abril foi escolhido como o dia do “índio” no 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. Nesta data, os indígenas passaram a participar oficialmente no congresso, iniciado dias antes.
O Brasil enviou como representante Roquette-Pinto, que não era
indígena. Havia também antropólogo, etnólogo e estudioso de povos indígenas,
mas nenhum indígena.
O Dia do Índio foi decretado no Brasil em 1943, pelo então presidente
Getúlio Vargas, que exercia o poder de forma ditatorial no chamado Estado Novo.
Muitas controvérsias são importantes de serem discutidas nesse dia.
Podemos começar inclusive pela palavra “índio”. Termo que não define e sim,
pode inclusive pejorativamente, ter significados como largado, sujo, selvagem,
canibal, bugre.
O melhor termo é indígena, que significa “original do lugar”, um
“nativo”.
A comemoração dessa data geralmente costuma generalizar a diversidade
indígena, desinformando, discriminando e criando uma imagem equivocada,
folclórica e distante da realidade dos povos originários.
O que comemorar?
Para os indígenas a sensação é para que comemorar? Ou o que comemorar?
Massacre não se comemora. O que vemos é uma grande contradição. De um lado, uma
comemoração oriunda de uma data onde se definiu algumas medidas genéricas a
serem tomadas em defesa dos povos indígenas, como "respeito à igualdade de
direitos e oportunidades para todos os grupos da população da América" e
"respeito por valores positivos de sua identidade histórica e cultural”.
Do outro lado vemos ataques constantes do governo federal aos direitos
dos povos indígenas, invasão de terras e péssima administração na saúde dos
indígenas na pandemia. Além disso, a sociedade vê os povos originários como personagens
folclóricos, de histórias antigas e que não evoluíram. O sistema econômico os
vêm como improdutivos e que impedem o desenvolvimento do acúmulo de capital.
As questões dos povos originários parecem muito mais um problema do que
um tema de valorização e respeito para comemoração.
Dia 21, 1792 – Tiradentes
A data de hoje homenageia Joaquim José da
Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, que foi enforcado e esquartejado em 21
de abril de 1792 por, segundo seu julgamento, liderar um grupo que se
organizava para realizar um levante, na então capitania das Minas Gerais,
contra a opressão de Portugal sobre o Brasil.
Pesa sobre esta data, muito além do ato
heroico de um modesto homem entre seus pares, a lembrança da vil traição
daqueles (a)bastardos “bons homens”. “Corajosos” membros da elite colonial,
revoltados pela carga tributária sacrificante imposta pela metrópole, que não
pensaram duas vezes em clamarem misericórdia à Coroa e, em troca, dar não
somente um mísero colaborador subalterno, mas uma punição exemplar que estendeu
a servidão brasileira à Casa de Bragança por mais de 100 anos. Não esqueçamos
que Pedro I e Pedro II eram, respectivamente, neto e bisneto de Maria I, rainha
à época da morte de Tiradentes.
Em uma espécie de
delação premiada, o coronel Joaquim Silvério dos Reis, que inclusive era amigo
de Tiradentes, denunciou os colegas às autoridades da Coroa Portuguesa para
obter o perdão de suas dívidas. Devido ao crime de lesa-majestade (traição à pessoa do rei),
considerado gravíssimo, Tiradentes foi enforcado, sua cabeça
ficou exposta em um poste em praça pública, na cidade de Ouro Preto, a casa onde morava foi
demolida e o terreno foi salgado. Seus descendentes também foram declarados
infames.
A classe dominante que matou Tiradentes, mais tarde fez desse dia um feriado
nacional. Ela tem medo do povo. Primeiro mata seus líderes, depois levanta
estátuas, roubando assim do povo seus próprios símbolos de resistência.
Ilustrações: Cristóvão Villela
Fontes: Calendário do MST;
marxismo.org; novaescola.org
22/04/1500 – Invasão do Brasil
Ilustração: Cacinho
22/04 – Dia da Terra
O Dia da Terra é comemorado em 22 de abril e foi criado, em
1970, pelo então senador americano Gaylord Nelson. Naquela data, o senador
convocou um grande protesto, nos Estados Unidos, que tinha como pauta a
poluição. O evento foi um grande sucesso e contou com cerca de 20 milhões de
pessoas preocupadas com os impactos negativos que o ser humano provoca no meio
ambiente.
Depois do grande evento nos Estados Unidos, aos poucos a
data consolidou-se ao redor do mundo. A partir de 1990, o Dia da Terra passou a
ser uma data comemorada em diferentes países. A cada ano, um tema diferente é
abordado nele, esses temas são relacionados com a preservação e redução dos
nossos impactos negativos no planeta.
O Dia da
Terra é uma data importante, pois é um momento de refletirmos a respeito da
importância de cuidarmos do nosso planeta e como as ações do dia a dia afetam
negativamente a vida nele.
A
humanidade, com suas ações, é responsável pela poluição de diversos ambientes,
destruição de habitat de várias espécies, aumento da quantidade de pragas,
aumento de erosões, ocorrência de chuva ácida, agravamento do efeito estufa,
destruição da camada de ozônio, e vários outros impactos negativos.
Hoje
presenciamos, por exemplo, um aumento crescente na extinção de espécies, o que
é considerado, por alguns cientistas, uma extinção em grande escala. Já
passamos por vários processos de extinção em massa, entretanto, nos outros
casos, como a extinção dos dinossauros, as causas foram completamente naturais.
Atualmente vários seres vivos do planeta estão simplesmente desaparecendo da
superfície terrestre devido à atividade humana.
Como
sabemos, não temos catalogadas todas as espécies existentes em nosso planeta, e
a cada dia descobrimos espécies jamais vistas. Com isso, fica difícil saber ao
certo quantas delas estamos perdendo a cada ano. De acordo com a WWF, se
existem 100.000.000 de espécies diferentes na Terra e o índice de extinção é de
apenas 0,01% ao ano, pelo menos 10.000 espécies são extintas anualmente.
Ainda de
acordo com a organização, se considerarmos a menor estimativa do número de
espécies no planeta como verdadeira, ou seja, que existem cerca de dois milhões
de espécies, teríamos, por ano, uma extinção de pelo menos 200 delas. Esses
números são impressionantes e mostram como afetamos negativamente o planeta com
nossas ações.
Além da
extinção das espécies, não podemos esquecer-nos de que vários estudos sugerem
que o ser humano é peça-chave nas mudanças climáticas. Nossa emissão de gases
de efeito estufa está contribuindo ativamente para o aumento da temperatura do
planeta. As mudanças climáticas são reais e impactam todas as espécies que vivem
na Terra, incluindo os seres humanos.
Como efeitos
das mudanças climáticas podemos citar: aumento dos nível do mar, que pode
resultar na submersão de áreas costeiras; seca e escassez de água em algumas
regiões do planeta e aumento exagerado das chuvas em outras; prejuízos na
agricultura; extinção de espécies; e aumento do número de casos de várias
doenças.
Sendo assim,
utilize o Dia da Terra para reflexão. É o momento ideal para repensarmos nossas
atitudes em relação ao nosso planeta e também para exigirmos de governantes
medidas eficientes no que diz respeito à proteção dele. A data, no entanto, não
deve ser vista como uma ação isolada e de um único dia, sendo fundamental que
trabalhemos boas ações durante todos os dias do ano para, assim, conseguirmos manter
nosso planeta o mais saudável possível.
Fonte: brasilescola.uol
Ilustração: Cacinho
23/04/1942
– Execução de Olga Benário
O Pavio
Curto tem fagulhas que o inspiram. São lutadoras e lutadores que, ao longo da história,
sonharam e buscaram um país de igualdade, democracia e justiça social. Olga
Benário é uma delas e hoje homenageamos sua memória de luta com texto baseado
no original do amigo Ernesto Germano Parés, gentilmente cedido ao Pavio Curto.
Olga Gutmann Benário nasceu em Munique, em 12 de
fevereiro de 1908. Alemã de origem judaica, tinha 15 anos quando começou sua
militância na juventude do Partido Comunista Alemão (KPD). Cresceu dentro do
movimento comunista alemão após conflitos de rua contra milícias de
extrema-direita.
Em 1934 a Internacional Comunista enviou Olga ao
Brasil para apoiar o PCB, junto de Luís Carlos Prestes. Pouco depois se casaram
e Prestes já estava organizando uma revolução no país. A intentona fracassou e
todos os organizadores, entre eles Benário e Prestes, foram presos. Olga
grávida, foi deportada para a Alemanha nazista e entregue a Gestapo.
Ela foi levada para Barnimstrasse, prisão de
mulheres da Gestapo, onde teve a filha, Anita Leocádia, hoje historiadora. A
criança ficou em poder da mãe até ao fim do período de amamentação e, depois,
foi entregue à avó, D. Leocádia, em consequência das pressões da campanha
internacional dirigida por Lígia Prestes e pela própria D. Leocádia, que
morreria no exílio no México.
Olga foi então transferida para o campo de
concentração de Lichtenburg em março de 1938, e em 1939 para Ravensbrück, onde
as prisioneiras viviam sob escravidão e eram sujeitas a experiências. Olga
organizou atividades de solidariedade e resistência, com aulas de ginástica e história.
Essa atuação lhe valeu castigos físicos, confinamento em solitária ou privação
de comida, além da restrição na comunicação com parentes e amigos fora da
prisão.
Olga foi enviada para o campo de extermínio de
Bernburg, onde foi executada na câmara de gás em 23 de abril de 1942 com mais
199 prisioneiras.
Texto
(editado): Ernesto Germano
Ilustração: Cacinho
25/04/1974
– Revolução dos Cravos
É compromisso do Pavio
Curto ajudar a contar a história a partir das lutas da classe trabalhadora, já
que grande parte da história “oficial” é um relato das elites dominantes. Vamos
recordar e conhecer o significado das nossas datas, homenagear nossos mártires,
cultivar nossa cultura, valores e tradições.
Neste 25 de abril,
comemoramos o 48º aniversário da Revolução dos Cravos, que em 1974 derrubou a
ditadura militar fascista imposta por 48 anos em Portugal. Este texto é baseado
no original do amigo Ernesto Germano Parés, gentilmente cedido ao Pavio Curto.
A crise a partir do fim
da Primeira Guerra Mundial e da posterior quebra da bolsa de Nova Iorque, em
1929, criou as condições para o surgimento do nazismo (Alemanha de Hitler), do
fascismo (Itália de Mussolini e Espanha de Franco), além de um regime fascista em
Portugal quando António Salazar assumiu o poder, em 1932, implantando a
ditadura após o golpe militar de 1926.
Em 1968, Salazar sofreu
um derrame cerebral, sendo substituído por seu ex-ministro Marcelo Caetano. E a
decadência econômica que o país sofreu, em conjunto com o desgaste de várias
guerras coloniais na África, provocou descontentamento na população e nas
forças armadas, o que resultou em um forte movimento contra a ditadura.
No dia 25 de abril de
1974 explodiu a revolução. A senha para o seu início foi dada à meia-noite
através de uma emissora de rádio tomada pelos rebeldes. Era uma música que
havia sido proibida pela censura: “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso.
Os militares depuseram
Marcelo Caetano que fugiu para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida
pelo general António de Spínola. A população saiu às ruas para comemorar o fim
da ditadura de 48 anos, e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados
rebeldes em forma de agradecimento, dando origem ao nome “Revolução dos Cravos”.
Com o fim da ditadura,
também se extinguem os órgãos de punição e censura, sindicatos são legalizados,
líderes de oposição retornam do exílio e presos políticos são soltos.
Texto (editado): Ernesto Germano
Ilustração: Cacinho
26/04/1937 – Bombardeio
de Guernica
O Pavio Curto defende a paz e a justiça social. Nas guerras
do capital, a maioria que morre é de pobres, negros e indígenas. Este texto é
baseado no original do amigo Ernesto Germano Parés, gentilmente cedido ao Pavio
Curto.
No dia 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil
Espanhola, a cidade de Guernica, com cerca de 6 mil habitantes, foi
impiedosamente bombardeada e praticamente destruída pela aviação alemã, a
pedido do general fascista Franco.
Na Idade Média, Guernica ficou conhecida por abrigar o
conselho político de Biscaia, onde ocorreu o juramento dos monarcas espanhóis
de respeito aos Foros Bascos, que regulamentavam e garantiam os direitos e
costumes deste povo.
A escolha de Franco em bombardear Guernica também está
relacionada a este simbolismo, pretendendo dessa forma humilhar os bascos que
haviam assinado, em 1936, um tratado de autonomia com o Governo Republicano
espanhol, ao qual Franco havia declarado guerra.
Na primeira ação, as bombas atingiram a região central da
cidade. Ao longo da tarde e da noite, veio o ataque principal dos aviões
alemães. A fumaça era tanta que não se distinguiam mais os alvos – casas,
pontes e arredores – e os pilotos atiravam sua carga mortal indistintamente.
Caças menores em voos de baixa altitude disparavam
metralhadoras contra a população civil. Trezentas pessoas morreram imediatamente
e milhares ficaram feridas. Calcula-se que 22 toneladas de explosivos foram
jogadas. A rede d'água foi rapidamente destruída, e o fogo se alastrou e
consumiu Guernica. Quase todos os prédios foram arrasados.
Guernica transformou-se em símbolo. O ataque foi o primeiro
bombardeio aéreo maciço contra a população indefesa de toda uma cidade na
história europeia. A partir daí, o terror contra civis passou ser comum.
O pintor espanhol Pablo Picasso captou esse horror em seu
quadro antibélico Guernica, pintado em 1937, logo após o massacre. A obra,
conhecida como um protesto e uma representação do bombardeio sofrido pela
cidade, atualmente está exposta em Madrid, na Espanha.
Ilustração: Cristovão Villela
27/04 – Dia da Trabalhadora
Doméstica
O Pavio Curto reafirma a sua solidariedade a quase 7 milhões
de trabalhadoras domésticas do Brasil, nesta data em homenagem à italiana Santa Zita, padroeira das empregadas
domésticas, que morreu em 27/04/1278. No Brasil, a profissão foi regulamentada
pela Lei 5.859, de 11/12/1978, e teve os direitos garantidos na Constituição
pela EC 72/2013, conhecida com PEC das Domésticas, regulamentada pela Lei
Complementar 150/2015.
“A senzala moderna é o quartinho da empregada.” A comparação
feita pela historiadora e rapper Preta Rara denuncia as situações degradantes
as quais milhões de trabalhadoras domésticas, em sua grande maioria negras,
vivem diariamente. Ela é autora do livro "Eu, empregada doméstica",
lançado em 2019.
Segundo Rara, “o trabalho doméstico no Brasil ainda é
análogo à escravidão. As trabalhadoras domésticas têm cor e classe: são
mulheres periféricas, pobres e pretas. É uma classe julgada como inferior”.
No seu livro, há relatos como de uma trabalhadora doméstica
de 73 anos, que chegou no trabalho e o elevador de serviço estava quebrado. O
porteiro, a mando dos moradores, a impediu de utilizar o elevador social. “Essa
senhora teve que subir até o 8º andar de escadal”.
“Há relatos de trabalhadoras que ficam 8h, 9h sem usar o
banheiro porque não tem o 'banheiro de empregada'. Sobre assédio sexual também.
Teve uma trabalhadora que fez chave de todos os cômodos da casa, e aí, quando
vai limpar, ela se tranca”, revelou.
“Como se fosse da família”. Essa frase é repetida com
frequência por patrões abusivos e comumente utilizada para atropelar os
direitos da trabalhadora, que não é da família, e sim uma pessoa vendendo sua
força de trabalho.
“Aqui no Brasil, o ranço colonial é tão grande que a maioria
dos patrões acredita que as trabalhadoras domésticas são propriedade privada. É
a questão de servir. Com o livro, o intuito é realmente provocar essa discussão
e ser a pedra no sapato. Gerar incômodo. Por meio dele, conseguimos obter
mudanças”, afirmou Rara.
Ilustração: Clovis
Fonte: Brasil de Fato
27/04/1938 – Nascimento de Osvaldão
Osvaldo Orlando da Costa nasceu em
Passa Quatro (MG). Entre 1952 e 1954 morou em São Paulo, onde cursou Industrial
Básico de Cerâmica, formando-se artífice. Mudou para o Rio de Janeiro, onde se
diplomou em técnico de construção de máquinas e motores pela Escola Técnica
Federal em 1958. Sempre participou ativamente das lutas estudantis.
Osvaldo Orlando, com 1,98 de
altura, pesando 100 kg e com sapatos 48 fazia parte da equipe de boxe do
Botafogo e foi campeão competindo pelo time. Também tornou-se oficial da
reserva do Exército, após servir no CPOR/RJ.
Ingressou no PCdoB e, em Praga,
Checoslováquia, formou-se em engenharia de minas. Osvaldão foi um dos primeiros
militantes do PCdoB a chegar à região do Araguaia, por volta de 1966-67 e tinha
a tarefa de preparar a chegada de novos militantes. Embrenhou-se nas matas e
rios se apresentando como garimpeiro e mariscador. Logo tornou-se amigo dos
camponeses, participou de caçadas e pescarias, trabalhou na roça, tornou-se
grande conhecedor da região.
Em 1969, passou a viver na margem
do rio Gameleira, comandou o destacamento B e dirigiu vários combates. Ao lado
de Dinalva Oliveira, se tornou o mais conhecido e respeitado guerrilheiro do
Araguaia. Ele fazia parte do contingente que rompeu o cerco militar quando
atacado por um grande número de tropas do exército em 25 de dezembro de 1973.
Em 4 de fevereiro de 1974,
Osvaldão, herói do povo brasileiro e comandante das Forças Guerrilheiras do
Araguaia, impulsionadas pelo PCdoB, foi assassinado pela ditatura fascista aos
35 anos de idade Para servir de exemplo e tentar acabar com o mito do
guerrilheiro invencível, teve sua cabeça decepada e exposta em público.
Osvaldão, o guerrilheiro que desafiou
a ditatura, o gigante negro que despistava os militares com botas viradas que
faziam pegadas ao contrário nas marchas pelas matas, virou um encantado, uma
entidade do Terecô ou Tambor da Mata, religião afro-brasileira praticada em
regiões do Maranhão, Piauí e outros estados. Eternizado como herói do nosso
povo.
Foto: Arquivo PCdoB
27/04 – Dia Nacional
da Caatinga
29/04/1991
– Morte de Gonzaguinha
Gonzaguinha era filho de Luiz Gonzaga, o rei do Baião,
e nasceu no dia 22 de setembro de 1945, no Rio. Herdou do pai o nome e o
talento para a música. Sua mãe, Odiléia, era cantora e dançarina que morreu de
tuberculose com 22 anos de idade, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos.
Criado pelos padrinhos, Seu Xavier e Dona Dina, passou
a infância no morro de São Carlos, no Estácio, onde conviveu com a miséria, a
falta de infraestrutura e todas as carências da favela. Aos 16 anos foi morar
com o pai para continuar seus estudos. Mas teve desavenças com a mulher de seu
pai e, por causa disso, foi para um colégio interno. Seus estudos o levaram à
Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes, no Rio.
Durante seu período universitário entrou em contato
com outros músicos jovens. Fez parte do grupo MAU (Movimento Artístico
Universitário) junto com Ivan Lins, Dominguinhos, Aldir Blanc e César Costa
Filho.
A grande mudança em sua carreira veio
em 1973, quando se apresentou no programa de Flávio Cavalcanti e cantou a
música “Comportamento Geral”. Acusado de terrorista pelos jurados, recebeu uma
advertência da censura no dia seguinte, mas a polêmica causada levaria sua
música a ocupar as paradas de sucesso e seu compacto logo esgotou.
Nessa época, era comum a censura da
ditadura militar e a música “Comportamento Geral” foi proibida em todo o país.
Gonzaguinha foi levado ao DOPS para prestar esclarecimentos. Mesmo com a
perseguição e várias músicas censuradas, gravou os discos: Gonzaguinha (1974),
Plano de Voo (1975) e Começaria Tudo Outra Vez (1976).
Esse último disco representou uma
virada em sua carreira. A música título foi um grande sucesso, e a partir daí
suas composições se tornaram mais românticas, mesmo sem abandonar as
preocupações sociais.
Ele então se consolidou como compositor sendo gravado
por cantoras como Elis Regina, Simone e Maria Bethânia. No dia 9 de abril de
1991 Gonzaguinha morreu em acidente de carro numa estrada do sul do Paraná.
Ilustração: Cacinho
Fonte:.mpbnet.com.br; ebiografia.com
30/04/2017 – Morte de Belchior
Antônio Carlos Belchior foi um cantor e compositor integrante do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e outros, sendo um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso internacional, na década de 1970.
O Pavio compartilha a bela homenagem do fã Daniel
Victor:
Carta aberta aos cinco anos sem a
presença física de Antônio Carlos Belchior (o nosso Bel, Belchior, rapaz
latino-americano, poeta maior, bardo sobralense, e outros tantos nomes mais que
lhe cabem ou que queiram lhe dar)
Bel, desde que você se encantou, vivemos o charme
brasileiro de alguém sozinho a cismar chamado saudade. O Brasil se ressente de
sua luta e de sua arte, que por tanto tempo, nos acompanharam e nos
fortaleceram, mesmo nos piores momentos, seja criticando e denunciando os
arbítrios ou apontando alguma luz de esperança no fim do túnel, com o novo, que
com certeza, sempre vem.
Por aqui, o seu medo, de rapaz latino-americano,
que vinha anunciado desde o golpe planejado e concretizado contra a presidenta
Dilma, se justificou. Depois de um governo ilegítimo, passamos a conviver com o
fascismo, de um presidente que trabalha contra seu povo e estimula a pior face
dele. Nunca se foi tão difícil acreditar no ser humano e ser brasileiro, mesmo que
Deus ande do nosso lado. Temos sangrado demais e chorado pra cachorro.
Tenho certeza, que do infinito onde você está, seu
olhar é lacrimoso. Apesar de termos feito tudo o que fizemos, fomos jogados
novamente neste cenário bárbaro, em que os democratas estão tendo que convencer
a sociedade de que é necessário prezar pela liberdade (seja ela política,
religiosa ou sexual), conceito tão caro a alguém como você. É, amigo, eu me
desesperava.
Mas, se serve de consolo, nem tudo é ruim por aqui.
Em Outubro teremos eleições, e dessa vez, não levaremos flores para a cova do
inimigo. Teremos a chance de enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo,
de dizer NÃO, cortar a carne deles, com esse canto torto, feito faca.
Seu corpo se foi, mas sua voz ativa,
aquela que é uma boa, continua cada vez mais viva.
Você sabia!
Ilustração: Cacinho
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