Calendário
de Classe – Edição 17- ABRIL de 2023
Por Fabiola Rodrigues e Alvaro Britto
1º/04/2021
– Lançamento do Pavio Curto 21
Com
o slogan “Um jornal crítico e bem humorado” e tendo como patrono Henfil e
inspiração no Pasquim, o projeto do Pavio Curto nasceu em 2001, quando foram
lançadas cinco edições impressas por quatro jornalistas e chargistas do Sul
Fluminense. Logo o grupo se ampliou com vários ativistas de movimentos
populares da região.
Mesmo
com a cotização de amig@s do Pavio, os custos de impressão e o boicote das
bancas de jornais à imprensa alternativa impediu a continuidade do projeto. Mas
a chama nunca se apagou, com duas tentativas de retorno em 2013 e 2017. E, no
início de 2021, segundo ano da Pandemia, o grupo original voltou a se reunir e
retomou o projeto. Em 31 de março, um debate em defesa da democracia e contra o
fascismo marcou o lançamento do Pavio Curto 21, agora digital, cuja primeira
edição foi para as redes em 1º de abril.
O
projeto político editorial foi atualizado, incorporando novas pautas, seções e
vários colaboradores, os “acendedores” e “amig@s” do Pavio Curto, abarcando
inúmeros lugares de fala, diversas áreas de atuação e regiões, com foco no Sul
Fluminense. Também os patronos – as “fagulhas que nos inspiram” – aumentaram,
expressando maior diversidade.
Refirmando
suas origens, o Pavio Curto 21 assume que “é apartidário, mas sempre tomará
partido”, negando a falsa neutralidade jornalística. “Na verdade, ela encobre a
cumplicidade com o atual estado de coisas”, afirma o seu editorial de
lançamento. A crítica política e social bem humorada através da utilização da
linguagem da charge, do cartum, da caricatura e dos quadrinhos é outra marca do
Pavio.
Mais
que um jornal alternativo, o Pavio Curto 21 é um Coletivo de Cultura e Mídia
Popular, promovendo debates, palestras e outras atividades formativas e
culturais para a denúncia, crítica e luta contra o avanço do fascismo e o
capitalismo, estimulando a polêmica e incentivando a construção de uma
alternativa que aponte para uma nova sociedade, em defesa da vida, da
democracia, da justiça social, do respeito à diversidade, da paz e do amor.
lustração: @cacinho
07/04 - Dia Mundial da Saúde
O Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril,
marca o aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948.
Além de focar na jornada para alcançar “Saúde para Todos”, que é o tema deste ano,
a OMS celebrará seu 75º aniversário sob o tema “75 anos melhorando a Saúde Pública”.
Em
1948, países do mundo se uniram e fundaram a OMS para promover a saúde, manter
o mundo seguro e servir aos vulneráveis. O ano do 75º aniversário da OMS é uma
oportunidade de relembrar os sucessos da saúde pública que melhoraram a
qualidade de vida durante as últimas sete décadas e também para motivar ações
para enfrentar os desafios de saúde de hoje e de amanhã.
Anualmente,
o Dia Mundial da Saúde é destinado a discutir um tema específico, que
representa uma prioridade na agenda internacional da Organização Mundial da
Saúde (OMS). Os assuntos debatidos durante o Dia Mundial da Saúde são
prolongados ao longo de todo o ano, através da promoção palestras e atividades
instrutivas e educacionais.
Dia de
Luta em defesa do SUS 100% público e estatal
O SUS
salvou vidas e deu esperanças e orgulho durante a tragédia da pandemia da
Covid-19, sobrevivendo a governos destruidores de direitos. Em mais de três
décadas de existência, trouxe muita saúde à classe trabalhadora brasileira.
Porém o
NOSSO SUS, patrimônio das lutas do povo brasileiro, sofre constantemente
ataques daqueles que insistem em manter o Brasil como um dos países mais
desiguais do mundo. Onde a maioria vê direitos, alguns poucos veem
oportunidades de lucro, e tentam sempre tornar saúde, educação e todos os
direitos sociais em negócios, em venda de produtos e serviços, em
privatizações.
Nesse
dia 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, nós, trabalhador@s, estudantes, usuári@s,
precisamos comemorar e defender o NOSSO SUS e fortalecer a luta pelo direito à
vida.
Ilustração: Condsef
Fontes:
www.paho.org
www.calendarr.com
Fórum
de Saúde do RJ
Frente
Nacional Contra a Privatização da Saúde
07/04 - Dia Nacional do
Jornalista
O Dia do Jornalista
é comemorado em 7 de abril. A data homenageia os
profissionais responsáveis por apurar fatos e levar as informações sobre os
acontecimentos às pessoas. Independente do veículo, o jornalista deve
sempre trabalhar tendo como base a ética e a pluralidade de fontes de
informação confiáveis.
Origem
do Dia do Jornalista
Ele foi
criado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) como uma
homenagem a Giovanni Batista Libero Badaró, que lutou pelo fim da
monarquia e Independência do Brasil. Badaró foi médico e jornalista, e
assassinado no dia 22 de novembro de 1830, em São Paulo, por inimigos
políticos.
Os
protestos gerados pelo seu assassinato levaram D. Pedro I a abdicar do trono em
1831, no dia 7 de abril. Só em 1931, cem anos depois do acontecimento, surgiu a
homenagem. Também no dia 7 de abril a ABI foi fundada, em 1908, com o objetivo
de assegurar aos jornalistas os seus direitos.
É tempo
de esperançar e reconstruir o Jornalismo e a profissão de jornalista
O Pavio Curto parabeniza a categoria pela
capacidade de ousar, lutar e defender o Jornalismo, mesmo diante da
precarização da profissão, redução de salários, violência, disseminação da
desinformação e destruição de direitos.
Segundo a FENAJ, aprovação da PEC que restabelece o diploma de
Jornalismo como critério de acesso à profissão e a atualização da
regulamentação profissional são prioridades. A decisão do STF em 2009, “estimulou
o desmonte da profissão, o aumento da atuação de disseminadores de fake news,
fraudes na contratação de profissionais, descontrole nos registros
profissionais, redução salarial, entre outras mazelas”.
Também a sustentabilidade da produção jornalística, com a
tributação das plataformas digitais que, por meio da concentração da captação
de recursos publicitários, “colaboram fortemente para a deterioração das
condições de produção de jornalismo e depauperação da profissão”.
Ilustrações:
@Cacinho e Fenaj
Fontes:
fenaj.org.br
www.calendarr.com
09/04 – Pascoa
Ilustração: Clóvis
13/04 – Dia
Internacional do Beijo
É comemorado em homenagem ao beijo mais longo que já foi
gravado, resultado de um concurso realizado na Tailândia, onde em
2011 um casal estabeleceu um recorde mundial com o beijo mais longo, que
durou 46 horas, 24 minutos e 9 segundos. Mais tarde, em 2013, o mesmo
casal quebrou o seu recorde ao se beijar por um tempo de 58 horas 35 minutos
e 58 segundos.
Mas há também a versão de uma lenda italiana sobre um jovem
chamado Enrique Porchelo, conhecido por ter beijado todas as mulheres de sua
vila. Cansado de tantos rumores, o padre da pequena vila ofereceu um prêmio em
moedas de ouro para a mulher que nunca tivesse sido beijada pelo jovem
italiano. Ninguém apareceu para reclamar o prêmio e, de acordo com a lenda, o
tesouro permanece escondido em algum lugar da Itália. Supostamente, a origem
desta história remonta ao dia 13 de abril de 1882.
Sobre a origem do beijo, os evolucionistas concluíram
que o que hoje conhecemos como “beijo” foi, no passado, uma forma de
alimentação que consistia em mastigar a comida e passá-la para outra
boca – a dos filhos, por exemplo. Muito parecida ao que os pássaros fazem
com os seus filhotes. Assim, as mães transmitiam, além do alimento, doses
extras de zinco, ferro e carboidratos através da saliva,
que transferia geradores de anticorpos, além do fato de que a comida
pré digerida pode ser absorvida mais facilmente pelo sistema digestivo dos
bebês.
Beijar é um excelente exercício que ajuda a queimar
calorias liberando adrenalina e
noradrenalina que fazem com que o coração bata mais rápido. Também está
relacionado com a redução do chamado “colesterol ruim”. Isso mesmo,
quem beija bastante tem menos tendência a ter colesterol alto e
diminui o stress. Segundo estudos de
especialistas, o beijo pode ser comparado a uma droga natural, pois
causa um aumento da ocitocina, hormônio responsável por gerar alterações
físicas e neurológicas. Curiosamente, o beijo
foi proibido na Inglaterra em 1439 pelo rei Henrique VI para evitar a
proliferação de bactérias.
Portanto, o Pavio Curto recomenda: beije sem moderação!!
Ilustração: Clovis Lima
Fontes: calendarr.com; zankyou.com.br; infobae.com
14/04/1976 - Assassinato
de Zuzu Angel
Zuleika de Souza Netto, a Zuzu Angel, foi estilista brasileira com
grande expressão na moda internacional. Ela enfrentou a ditadura militar e
denunciou no exterior o que ocorria no Brasil em busca do seu filho Stuart
Angel Jones, militante assassinado pelo governo e transformado em desaparecido
político.
Conhecida no exterior e com trânsito entre autoridades
internacionais, apresentou documentos e depoimentos sobre o que acontecia nos
porões da ditadura, inclusive de quem viu seu filho nas celas sendo torturado.
A procura desesperada dos culpados pelo desaparecimento do filho
só terminou com sua morte, na madrugada de 14 de abril de 1976, num estranho
“acidente” de carro na saída do Túnel Dois Irmãos, no Rio. Hoje o túnel tem o
seu nome – “Túnel Zuzu Angel”
Segundo a versão oficial da época, seu carro derrapou e saiu da
pista, chocou-se contra a mureta, capotando e caindo na estrada abaixo,
matando-a instantaneamente. Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa
de Chico Buarque um documento que deveria ser publicado caso algo lhe
acontecesse, onde estava escrito: "Se eu aparecer morta, por acidente ou
outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho".
Em 1998, a Comissão dos Desaparecidos Políticos investigou a sua
morte. No relatório final de 2007, depoimentos de duas testemunhas oculares do
acidente afirmaram ter visto o carro de Zuzu ter sido fechado por outro e
jogado fora da pista, caindo de uma altura de cerca de cinco metros.
Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade recebeu de Cláudio Guerra,
ex-agente da repressão que operou como delegado do DOPS a confirmação da
participação dos agentes da repressão na morte de Zuzu.
Em 2019, sua filha Hildegard Angel foi ao cartório do Registro Civil
com um mandado judicial e conseguiu finalmente as certidões de óbito de sua mãe
e de seu irmão. A causa das mortes foi atestada como "não natural,
violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistêmica
e generalizada à população identificada como opositora política ao regime
ditatorial”.
Texto: Ernesto Germano (editado)
Ilustração: Cristovão Villela
Stuart Angel Jones, filho de Zuzu, era estudante de economia,
passou a integrar as organizações de esquerda que combatiam a ditadura militar
no Brasil, instaurada em 1964, filiando-se ao MR-8, grupo guerrilheiro de
ideologia socialista do Rio de Janeiro. Preso em 14 de abril de 1971, Stuart
foi barbaramente torturado e morto pelo Centro de Informações da Aeronáutica
(CISA) no aeroporto do Galeão e dado como desaparecido pelas autoridades.
Em homenagem a Zuzu Angel, Chico Buarque fez a música “Angélica”.
Eis a letra da música.
*
“Quem
é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
.
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento
Só queria lembrar o tormento
Que fez o meu filho suspirar
.
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
.
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar”
15/04 – Dia Mundial do
Desenhista
O Dia do Desenhista foi
criado em homenagem ao aniversário de um dos mais importantes desenhistas de
todos os tempos: Leonardo da Vinci,
que nasceu em 15 de abril de 1452, na cidade de Vinci, na Itália. Além de
respeitado desenhista e pintor, também foi escultor, pensador, escritor,
inovador científico, engenheiro, matemático e filósofo.
Leonardo da Vinci é
considerado um dos maiores artistas renascentistas e marcou presença em vários
segmentos da arte, principalmente o desenho, que usava como frequência para
embasar e registrar seus inventos. A data foi instituída em 2011, através de
uma iniciativa da Associação Internacional de Artes (IAA), considerada a maior
organização não-governamental de artes visuais, criada em 1954 pela Unesco -
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A data homenageia os
profissionais e artistas que encantam e fascinam com seus traços e criatividade.
O desenhista, além da sensibilidade, precisa entender os sentidos de
perspectiva, ângulo, profundidade, luz e sombra na hora de produzir os seus
trabalhos. Ele pode atuar em diversas áreas, desde ilustrações voltadas para o
entretenimento, arte digital, agências de publicidade ou até mesmo desenhar
como um hobby.
Em todo o mundo, inúmeros
desenhistas utilizam sua arte de forme engajada, denunciando as opressões e
injustiças. No Brasil não é diferente. Entre eles, destacamos Henfil, patrono do Pavio Curto na época do seu primeiro lançamento, em 2001, e
atualmente uma das fagulhas que nos inspiram. Ele ficou célebre por desenhos
com forte crítica política e social.
Henfil foi um duro opositor
da ditadura militar e se engajou de corpo, alma e traço na campanha das Diretas
Já e na luta por uma Constituinte Popular, tendo sido um dos principais
colaboradores do jornal O Pasquim, referência da imprensa alternativa.
Parabéns aos desenhistas, em
especial @s amig@s do Pavio!!
Ilustrações: Clóvis Lima, Cacinho e Cristóvão Villela
Fontes: www.calendarr.com; desenhoonline.com; bn.gov.br;
De 15 a 20/04, 1906 - 1º Congresso Operário do Brasil (RJ)
No início do século XX,
instalaram-se as primeiras fábricas no Brasil, dando origem ao operariado
industrial. O nascente movimento operário brasileiro recebeu grande influência
das ideias anarquistas, atraídas pelos migrantes europeus.
O 1º Congresso Operário
do Brasil, realizado em 1906 no Rio de Janeiro, deu origem à Conferência
Operária Brasileira, à COB, fundada em 1908, primeira organização operária de
caráter nacional do país.
Participaram 43
delegados representantes de 28 organizações operárias de vários estados
brasileiros. O programa de lutas aprovado no Congresso, tinha, entre outras
propostas: redução da jornada de trabalho, estímulo à sindicalização,
regulamentação do trabalho e liberdade de reunião.
Dia 17, 1996 - Dia Internacional da Luta Camponesa
No dia 17 de abril de
1996, durante a Marcha por Emprego e Reforma Agrária, em Eldorado dos Carajás,
no Pará, 19 trabalhadores rurais foram assassinados e mais de cem pessoas
ficaram feridas, numa emboscada da Polícia Militar. A ordem para o ataque
partiu do governo paraense, numa ação articulada com os fazendeiros da região.
Um dos sem-terra assassinados
foi Oziel Alves, de apenas 18 anos que, preso, foi barbaramente torturado até a
morte e obrigado a gritar “Viva o MST!”. Reunidas no México naquela mesa data,
organizações camponesas de 67 países articuladas na Via Campesina decidiram
transformar o dia 17 de abril no Dia Internacional da de Luta Camponesa.
Um ano depois, em abril
de 1997, o MST realizou uma caminhada de mil quilômetros rumo a Brasília. Na
chegada, o movimento reuniu mais de 100 mil pessoas em um protesto em defesa da
Reforma Agrária e pela punição dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado dos
Carajás.
Desde então, abril
também é marcado como o mês em que são intensificadas as lutas por terras pelo
MST e também uma forma de camponeses e camponesas se unirem para lembrar a data
e homenagear as vítimas do massacre. É o Abril Vermelho.
Ilustrações:
Cacinho, MST, Arquivo JB e Arquivo O Globo
Fonte: Calendário do MST; mst.org.br
Dia 19, 1943 - Dia dos
Povos Indígenas
O 19 de abril é mais um dia de luta dos muitos povos indígenas
brasileiros, cada um com sua cultura e costumes, que não estão nas telas dos
cinemas, nas páginas dos livros didáticos nem nas lendas contadas nas escolas,
mas na vida real. Eles sabem, através de uma relação harmoniosa com a Natureza,
“ouvir a voz carinhosa da mãe-terra, o suave murmúrio dos rios, a sabedoria
antiga do irmão-fogo e a voz fofoqueira do vento”, como nos conta Daniel
Munduruku.
Vidas indígenas importam!
A data foi
escolhida como o dia do “índio” no 1º Congresso Indigenista Interamericano,
realizado no México em 1940. O Brasil enviou como representante Roquette-Pinto,
que não era indígena. Havia também antropólogo e etnólogo, nenhum indígena. A
data foi decretada no Brasil em 1943 por Getúlio Vargas.
O
primeiro questionamento é sobre a palavra “índio”. Termo que não define e sim,
pode inclusive pejorativamente, ter significados como largado, sujo, selvagem,
canibal, bugre. O melhor termo é indígena, que significa “original do lugar”,
um “nativo”.
A
comemoração dessa data geralmente costuma generalizar a diversidade indígena,
desinformando, discriminando e criando uma imagem equivocada, folclórica e
distante da realidade dos povos originários. Além disso, o sistema econômico os
vêm como improdutivos e que impedem o desenvolvimento do acúmulo de capital.
O que comemorar?
Para os
indígenas a sensação é para que comemorar? Ou o que comemorar? Massacre não se
comemora! De um lado, uma comemoração oriunda de uma data onde se definiu
algumas medidas genéricas, como "respeito à igualdade de direitos e
oportunidades” e "respeito por valores positivos de sua identidade
histórica e cultural”.
Depois de um governo
que rasgou os direitos dos povos, estimulou a invasão de terras e negligenciou a
sua saúde indígenas na pandemia, em uma clara política de extermínio dos povos
originários, o governo Lula sinaliza em outra direção. A criação de um
ministério específico e a imediata intervenção na grave crise humanitária do
povo Yanomami demonstram uma mudança. Vamos cobrar!!
Ilustrações: Cristóvão
Villela e Cacinho
Fonte: Calendário do MST
Dia 21, 1792 – Tiradentes
A
data de hoje homenageia Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como
Tiradentes, que foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792 por,
segundo seu julgamento, liderar um grupo que se organizava para realizar um
levante, na então capitania das Minas Gerais, contra a opressão de Portugal
sobre o Brasil.
Pesa
sobre esta data, muito além do ato heroico de um modesto homem entre seus
pares, a lembrança da vil traição daqueles (a)bastardos “bons homens”.
“Corajosos” membros da elite colonial, revoltados pela carga tributária
sacrificante imposta pela metrópole, que não pensaram duas vezes em clamarem
misericórdia à Coroa e, em troca, dar não somente um mísero colaborador
subalterno, mas uma punição exemplar que estendeu a servidão brasileira à Casa
de Bragança por mais de 100 anos. Não esqueçamos que Pedro I e Pedro II eram,
respectivamente, neto e bisneto de Maria I, rainha à época da morte de
Tiradentes.

Em uma espécie de delação premiada, o coronel Joaquim Silvério
dos Reis, que inclusive era amigo de Tiradentes, denunciou os colegas às
autoridades da Coroa Portuguesa para obter o perdão de suas dívidas. Devido ao crime de lesa-majestade (traição à pessoa do rei),
considerado gravíssimo, Tiradentes foi enforcado, sua cabeça ficou exposta em um poste em praça pública, na cidade de
Ouro Preto, a casa onde morava foi
demolida e o terreno foi salgado. Seus descendentes também foram declarados
infames.
A classe dominante que matou Tiradentes, mais tarde fez desse dia
um feriado nacional. Ela tem medo do povo. Primeiro mata seus líderes, depois
levanta estátuas, roubando assim do povo seus próprios símbolos de resistência.
Ilustrações de Cacinho e Cristóvão
Villela
Fontes: Calendário do MST;
marxismo.org; novaescola.org