12/02/2005
– Assassinato de Irmã Dorothy
Neste 12 de fevereiro completam-se 17 anos do assassinato covarde
de Irmã Dorothy. Numa estrada de terra a 53 quilômetros de Anapu (PA), a
missionária da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Dorothy Mae Stang, de 73 anos, foi
executada com sete tiros por defender os sem-terra. Os latifundiários Vitalmiro
Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão foram condenados a 30 anos de prisão
como mandantes do crime.
Segundo uma testemunha, antes de receber os disparos
que lhe ceifaram a vida, ao ser indagada se estava armada, Irmã Dorothy afirmou
«eis a minha arma! » e mostrou a Bíblia.
Em Anapu, foi a responsável pela implantação do Projeto de
Desenvolvimento Sustentável Esperança, modelo de assentamento e gestão que
produz uma fonte segura de renda com a colheita de madeira, sem destruir a
floresta. A área era disputada por madeireiros e latifundiários.
Irmã Dorothy vinha recebendo ameaças de morte havia mais de um
ano, mas não se deixava intimidar: “Não vou fugir nem abandonar a luta desses
agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado
direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com
dignidade, sem devastar”, declarou.
Todo ano, ela é lembrada na Romaria da Floresta, cujo lema é
“Celebrar o compromisso de defender a vida da floresta, do povo e do planeta” e
reúne lutadores do Brasil e do exterior. É uma caminhada de 55 km, do centro de
Anapu até o memorial aos Mártires da Terra e da Floresta, no PDS
Esperança.
A missionária tornou-se um dos maiores símbolos de resistência do
MST. Em todo o Brasil, vários assentamentos homenageiam o seu legado. Em
Quatis, região Sul Fluminense, foi criado
em 2015 o Assentamento Irmã Dorothy. Ela também é uma da fagulhas que inspiram
o Pavio Curto!
Fontes: memorialdademocracia.com.br;
mst.org.br; averdade.org.br;
12/02/1908
– Nascimento de Olga Benário
Olga Gutman Benário nasceu em Munique, Alemanha, em 12 de fevereiro de 1908. Aos
quinze anos, passou a ser militante da Juventude Comunista. Apaixonada por Otto
Braum, foi com ele para Berlim, sendo presos em 1926. Liberada após dois meses,
enquanto Otto permanecia preso, Olga liderou um grupo que o libertou em abril
de 1928. Por essa ousada atitude, ela passou a ser perseguida pelas autoridades
alemãs.
Por decisão do PC, o casal viajou clandestinamente para Moscou,
onde Olga se tornou destacada dirigente da Internacional Comunista. No final de
1934, já separada de Otto, ela seria incumbida de acompanhar e cuidar da
segurança de Luiz Carlos Prestes na viagem de volta ao Brasil, onde o governo
Vargas havia decretado sua prisão. Os dois viajaram com passaportes falsos,
como se fossem marido e mulher, mas acabaram se apaixonando e tornando-se
companheiros de fato durante a viagem.
No Brasil, Prestes foi eleito presidente de honra da ANL,
tornando-se a principal liderança do movimento antifascista. Na
clandestinidade, após a ordem de Getúlio para fechamento da ANL, Prestes e Olga
participaram da preparação da insurreição armada com o objetivo de instalar no
Brasil um governo Popular Nacional Revolucionário.
Após as revoltas de 1935, violentamente reprimidas pela polícia, Prestes e Olga foram presos no subúrbio carioca do Méier pela polícia do governo Vargas. Os dois foram separados e Olga foi levada para a Casa de Detenção da rua Frei Caneca, onde foi detida com outras revolucionárias.
Extraditada para Berlim, conseguiu criar a filha até 14 meses,
graças à ajuda que recebeu da mãe e da irmã de Prestes. Elas comandaram, em
Paris, a campanha internacional de solidariedade aos presos políticos
brasileiros, que favoreceu a entrega de Anita à avó Leocádia Prestes, mas não
impediu que Olga fosse assassinada em 23 de abril de 1942 na câmara de gás do
campo de concentração de Bernburg.
Pouco antes de ser executada ela escreveu:
”Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo”. Olga também é uma
da fagulhas que inspiram o Pavio Curto!
Fonte: pcb.org.br; ebiografia.com
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